Entrevista: Rafael Galhardo, cantor e compositor

Entrevista: Rafael Galhardo, cantor e compositor

Warning: Undefined array key 0 in /home/u687759733/domains/marramaque.jor.br/public_html/wp-content/plugins/seo-optimized-images/seo-optimized-images.php on line 154

Deprecated: pathinfo(): Passing null to parameter #1 ($path) of type string is deprecated in /home/u687759733/domains/marramaque.jor.br/public_html/wp-content/plugins/seo-optimized-images/seo-optimized-images.php on line 154

1. Galhardo, o que te motivou a lançar esse trabalho agora, depois de tantos anos de estrada ao lado de grandes nomes da música? Por que “Eu”?
 
Eu vivo de música há muitos anos. Faço minhas músicas e toco em bandas desde sempre. A área técnica me interessou e fui por esse caminho também, fazendo PA de muitos artistas pelo Brasil. Essas músicas são um recorte de um período grande da minha vida e estavam guardadas e só existiam pra mim. Antes da pandemia, em turnê tocando guitarra com o Ponto de Equilíbrio, entendi que seria um bom momento de começar a gravar essas canções. Meu filho tinha acabado de nascer e eu estava nas nuvens num turbilhão de sentimentos e sensações. O sentido disso tudo tá dentro de mim. As experiências e trocas vividas por mim foram o alicerce de todas as canções. “eu” é a melhor forma de descrever o que existe nesse conjunto de músicas. 
 
2. Você fala que o álbum é também sobre o seu olhar sobre o mundo. O que mais te atravessou como artista nesse processo criativo?
 
A todo tempo estamos sendo atravessados por experiências, pontos de vista e sensações. Eu observo o mundo o tempo todo. As pessoas, os comportamentos e conduções sociais sobre qualquer tema.
 
3. As músicas nasceram em voz e violão, de forma despretensiosa. Como foi o desafio de transformar essas ideias em um álbum cheio de nuances e arranjos?
 
Começou com a busca por soluções menos óbvias e viciadas do que já fazemos ou seria por impulso uma saída rítmica. Esse era um ponto chave na criação e desenrolar das levadas e de como as músicas soariam. Os amigos que gravaram foram pescando essa ideia de buscar algo, de se desafiar. Tudo em prol das canções.
 
4. A faixa “Olhe Só” abre o disco e traz uma crítica ao uso da tecnologia. Como você enxerga hoje a relação entre arte, conexão e dispersão digital?
 
Eu sempre penso que estamos em constante evolução. E a maneira como as pessoas se relacionam entre si, com a arte, com o mundo, mudou e vai continuar mudando. Estou tentando me apegar mais ao real, às conexões genuínas. Existe esse esforço na minha rotina e na minha forma de me relacionar. Acho que ainda não encontramos um equilíbrio entre o digital e o real e também as verdadeiras demandas sociais que são possíveis dentro do contexto atual de tempo. Torço para que a arte possa superar as barreiras dessa falta de presença real. Um exemplo rápido: Os artistas ensaiam menos hoje. Se encontram menos para celebrar aquele momento. Os encontros acontecem online. Isso não é uma crítica e nem é errado ou certo. Mas perder o contato físico e real é algo que talvez não seja positivo pra gente enquanto sociedade.
 
5. “Ioio” é descrita como um “xote espacial sem gênero”. Você busca romper barreiras musicais deliberadamente ou isso é reflexo natural da sua vivência artística?
 
As duas coisas. Eu busco sempre romper barreiras de forma deliberada rs. Mas acredito que a vivência artística dia a dia modifica naturalmente como somos ou percebemos o mundo.
 
6. A canção “Inconstante” encerra o álbum com uma densidade emocional marcante. Qual foi o momento mais difícil – ou revelador – de escrever ou gravar essa faixa?

 
Essa música traz a conexão que o Daniel Martins, que produziu o álbum junto comigo, estabeleceu com essas canções e com a atmosfera que elas estavam inseridas e precisavam para existir. Eu mandei a guia com voz e violão pra ele, dei algumas ideias de como eu pensava a respiração do baixo e a atmosfera como gostaria que ela soasse no geral e ele gravou diversos instrumentos. Colocou guitarras, teclados, synths. Eu complementei com mais algumas guitarras de maneira bem sutil e a música estava pronta.
 
7. Seu álbum transita entre o pop rock, reggae, MPB e outras camadas sonoras. Como você definiria, se é que é possível, a identidade sonora de Eu Galhardo?
 
A minha identidade sonora é como a minha identidade no mundo. Uma mistura danada de todos os povos. A música, em todas as suas esferas e estilos, é universal e sempre alguma coisa interfere na outra e isso vai virando o bolo que é você, musicalmente. Não sei se consigo achar uma palavra prática para toda essa afluência de rios  Entrevista: Rafael Galhardo, cantor e compositor
 
8. Com esse disco, você também assume a produção ao lado de nomes como Daniel Martins. Como foi equilibrar o papel de artista e produtor do próprio trabalho?
 
Foi natural e um processo saboroso. O Daniel pescou completamente o que eu queria transmitir e isso facilitou muito. Pensamos nas atmosferas e na mensagem de cada música. Foi interessante compartilhar isso pois não entendia como isso seria possível antes.
 
9. Agora que “Eu” está pronto e chega ao mundo, o que você espera que o público sinta ou reflita ao escutar esse álbum?
 
Espero que sinta coisas boas. E que possamos abrir uma reflexão sobre olhar o outro com mais amplitude, sem muitas máscaras ou barreiras. Vivemos um momento, pra mim, de caos social, o bem individual acima do bem coletivo. Isso é péssimo para nossa vida enquanto sociedade. Torço para que possamos superar isso.
 
10. E para encerrar: quais os próximos passos de Eu Galhardo? Teremos turnê, clipes ou novos lançamentos em breve?
 
A ideia é gerar um clipe por musica tentando levar pra forma imagética, a carga daquela canção. Sobre shows, estou entendendo algumas ideias e propostas. Em breve vai rolar.

marramaqueadmin