Afra lança EP “Casa Azul” e celebra ancestralidade e recomeços

Após dois anos de hiato, a cantora e compositora Afra retorna à cena musical com o EP Casa Azul, uma produção independente que mistura MPB, samba e afropop. O trabalho marca uma nova fase da artista, celebrando ancestralidade, maternidade, amor preto e vivências LGBTQIAP+.
Um hiato transformador
Afra revela que o período afastada da música foi essencial para seu crescimento pessoal e artístico. “Foi um processo de cura. Só me entendendo foi possível entender meu retorno à música”, conta. Segundo a cantora, sua arte amadureceu junto com ela: a música se tornou parceira de vida, quase como um casamento, com momentos bons e ruins.
A casa da mãe como ponto central
O título do EP remete à casa azul de sua mãe, símbolo de afeto, proteção e ancestralidade. A faixa Casa Azul, última do EP, reflete essa conexão. Afra explica: “Só foi possível recomeçar porque tenho um ponto de partida: a casa da minha mãe, que é afeto e zelo.” O espaço familiar moldou não só as letras, mas a própria sonoridade do trabalho.
Representatividade e novas sonoridades
O EP abre com Fiz Um Samba, um hino ao amor preto e sapatão, reforçando a importância da representatividade na música brasileira. Afra trabalhou com os produtores Mateus Latgé e Nixon Silva para desenvolver um som contemporâneo conectado à sua negritude. O disco também traz uma releitura de A Beleza É Você Menina, de Bebeto, com foco na autoestima da mulher negra.
Videoclipes e momentos marcantes
O videoclipe de Casa Azul foi gravado na praia do Leme ao amanhecer, com a participação especial de sua mãe. Afra recorda: “Foi a única vez que vi o sol nascer ao lado dela. Isso, para mim, já valeu por tudo.”
Próximos passos
Afra já planeja um álbum completo e futuras apresentações. Ela define o EP em uma frase: “Um delicioso passeio solar que mais aquece do que queima.”