Butler e Worms discutem a urgência do invivível na filosofia

A nova edição de O vivível e o invivível, publicada pela Editora Unesp, coloca a urgência do invivível no centro do debate filosófico contemporâneo. A obra reúne Judith Butler e Frédéric Worms em uma reflexão sobre as condições que tornam a vida insuportável. Desde a introdução, a “urgência do invivível” orienta a compreensão sobre como políticas e desigualdades produzem existências marcadas por dor e exclusão.


Urgência do invivível em um mundo de vulnerabilidade extrema

O livro nasce de um diálogo realizado em Paris em 2018, período marcado por milhares de migrantes vivendo em condições degradantes sob pontes e viadutos. Butler e Worms partem desse cenário real para pensar o limite extremo da vulnerabilidade humana.

Segundo os autores, muitas vidas persistem apesar do sofrimento intenso. Butler afirma que essas vidas “reivindicam seu caráter vivente” e exigem respostas imediatas. Já Worms propõe uma “hospitalidade vital”, que ultrapasse a mera sobrevivência e garanta dignidade mínima para todos. Os filósofos defendem que reconhecer a vulnerabilidade é o primeiro passo para transformá-la em ação ética.


Vitalismo crítico e a urgência do invivível

A obra apresenta o conceito de “vitalismo crítico”, um compromisso ético e político que reconhece a dor, mas a converte em força coletiva. Butler e Worms mostram como políticas de encarceramento, crises ambientais e abandono social estruturam o “invivível”. Porém, apontam caminhos para sustentar a vida de maneira solidária e responsável.

A fronteira entre o vivível e o invivível torna-se um eixo central da análise. Viver, nessas circunstâncias, é também resistir. A filosofia se encontra, assim, com a urgência prática do mundo, exigindo respostas que promovam cuidado e reconstrução.


Urgência do invivível no pensamento dos autores

Judith Butler, referência mundial em teoria crítica e direitos humanos, leciona na Universidade da Califórnia, Berkeley, e na European Graduate School. Sua obra influenciou debates sobre gênero, ética e violência.

Frédéric Worms, professor da École Normale Supérieure, dedica-se ao estudo de Henri Bergson e às relações vitais e morais entre os seres humanos. Ambos unem teoria e ação, mostrando que a filosofia deve responder às crises que tornam a vida insuportável.


Ficha técnica

  • Título: O vivível e o invivível: uma conversa iniciada por Arto Charpentier e Laure Barillas
  • Autores: Judith Butler, Frédéric Worms
  • Tradução: Beatriz Zampieri, Carla Rodrigues
  • Páginas: 102
  • Formato: 13,7 x 21 cm
  • Preço: R$ 46
  • ISBN: 978-65-5711-309-7