Exposição “Santos e Orixás” celebra fé, ancestralidade e diversidade cultural no Barreiro

Mostra gratuita reúne obras produzidas em residência artística e promove reflexões sobre o sincretismo afro-brasileiro

A exposição Santos e Orixás será inaugurada nesta quarta-feira (1º/10), das 19h às 21h, no Centro Cultural Urucuia, na região do Barreiro, em Belo Horizonte. A mostra apresenta uma coleção de obras devocionais que celebram o universo religioso afro-brasileiro por meio da arte, da ancestralidade e da diversidade cultural.

A visitação é gratuita e acontece de 3 a 31 de outubro, sempre das 7h às 21h, sem necessidade de ingressos. Todas as peças contam com identificação em braile, garantindo maior acessibilidade.

“A relevância de uma exibição com essa temática está em estimular a reflexão sobre a cultura afro-brasileira, seu sincretismo imposto historicamente, e a possibilidade de compartilhar fé, cores e significados — toda essa pluralidade que compõe o mosaico de crenças do Brasil”, afirma a artista mineira Michelle Freitas, idealizadora do projeto.

Residência artística e pertencimento

A mostra é fruto de uma residência realizada em agosto, no Centro de Referência de Cultura Popular e Tradicional Lagoa do Nado. Dez participantes de diferentes idades e origens participaram de encontros formativos sobre divindades, colorações e Itãs — mitos das religiões de matriz africana.

Durante o processo, a pintura de imagens sacras foi usada como ferramenta de aproximação com os universos simbólicos trazidos ao Brasil pela diáspora africana.

“Espero que o público venha com a mente aberta para novas expressões e representações. Que perceba que é possível conviver com diferentes crenças sem exclusão. Precisamos valorizar nossas raízes e ressignificá-las para as próximas gerações, promovendo pertencimento e respeito”, completa Michelle.

O projeto foi contemplado pelo Edital Descentra 2024, da Prefeitura de Belo Horizonte.

Sobre a artista

Michelle de Oliveira Freitas é formada em Ciências Sociais, pós-graduada em Artes e umbandista. Sua produção artística dialoga com fé, ancestralidade e cotidiano, traduzidos em esculturas de gesso e resina. Como parte das atividades da mostra, sua trajetória também será tema de um documentário com acessibilidade em Libras, que mostrará seu processo criativo e a construção do projeto.