Entrevista: Caike Souza, cantor e compositor

Entrevista: Caike Souza, cantor e compositor

1.            O que significa para você lançar Entre Flores e Dores neste momento da carreira?

O disco surge da necessidade de eu me entender, ainda mais, como cantor. Sempre foi um sonho, além de ser muito pedido pelos fãs também… eu sempre ficava muito feliz quando lia mensagem de alguém querendo. Então desde que decidimos que viria um álbum eu intensifiquei o ato de compor. Passei a escrever pensando

no álbum. Na sonoridade, na cara que eu queria que ele tivesse, nas letras. O álbum significa para mim um marco zero, mesmo depois de já ter feito tantos shows, lançado singles, sinto que tô novo depois dele, pronto várias estreias.

2.            O álbum reúne 10 canções com diferentes atmosferas. Como foi o processo de seleção e organização desse repertório?

Desde o início da ideia eu sabia que eu sofreria bastante na escolha do repertório, pois eu gosto escrever coisas felizes mas amo escrever coisas tristes. Com isso, já não é fácil manter uma linha reta de sensações, ritmos, melodias… então aceitei logo isso. Quando a ideia do álbum veio, eu passei a escrever para o álbum. Então eu fui traçando o clima, o humor dele.

3.            O título Entre Flores e Dores sugere contrastes. De que forma essa dualidade atravessa o disco?

Eu acho que ele é bastante autoexplicativo. Quando se ouve o disco, facilmente você entende o porquê de ser chamado assim. Já sobre a dualidade, acho que de cara é possível senti-la, é muito clara. Já que o álbum não segue apenas uma linha de sentimento.

4.            Você já conquistou grande alcance nas redes sociais. Como enxerga a transição desse sucesso digital para a consolidação de um trabalho autoral?

Eu, particularmente, enxergo como sendo muito complicada. Eu venho da internet, cantando músicas de outras pessoas, viralizei muito com elas e sou muito feliz por isso. Mas sinto que as pessoas não botam tanta fé nos novos compositores, sobretudo se tivermos “pouco número”. Então me considero um completo ativista nessa missão. Hoje tenho um público legal, consomem minhas músicas, cantam no shows… mas ainda é passo por passo!

5.            A parceria com Solange Almeida nasceu de um encontro no DVD de Dorgival Dantas. Como foi transformar essa sintonia em uma faixa tão marcante?

Eu sempre quis fazer um feat com algum artista que não conversasse diretamente com meu estilo, minha voz. A gente se seguia no Instagram há um tempo mas nunca havia a encontrado. No nosso encontro a chamei para uma participação e ela topou. No mesmo dia, voltando pra casa após o DVD de Dorgival, eu me coloquei na missão de escrever uma música que casasse com ela, que conseguisse ouvir ela cantando e lançando como sendo dela. Chegando em casa escrevi a “Sem pisar no chão” e mandei pra ela. De cara amou e topou. Esse foi um dos dias mais legais da minha vida.

6.            “Balançar Com Você”, com Saulo Fernandes, traz uma energia dançante. Como foi trabalhar essa estética mais próxima do pop/MPB com ele?

Ah, eu amei!!!! Eu acho que essa foi a última música a ser escrita. Eu queria muito ter algo assim no disco. Dançante, mais pra cima. Eu não queria algo somente feliz, queria algo meio sagaz, perspicaz e safadinho kkkk. A maioria das minhas músicas eu escrevo pensando no show, no ao vivo. Essa me veio como um presente. Na minha cabeça só passava o nome dele. Para minha alegria ele topou! Eu adoro essa música. É uma das minha preferidas do álbum.

7.            Martins é um nome forte da nova cena pernambucana. Como surgiu a amizade e a colaboração de vocês?

Eu conheci a música de Martins em 2022, no Festival de Inverno de Garanhuns. Desde então me apaixonei. Nos conhecemos pessoalmente agora em 2025, eu acho. Quando gravamos um vídeo. Desde então, já fiz participações nos seus shows, dividimos muita coisa. Eu sempre quis escrever algo com ele mas nunca rolava, as agendas nunca batiam. Quando eu tava perto de viajar pra gravar o álbum eu queria sentar com ele pra escrever a nossa, pra entrar no álbum mas ele tava tocando em Portugal. Escrevi a “Há de ser pra sempre” e chamei ele, ele super topou. Adoro essa também!

8.            Você destacou “Nas coisas tão mais lindas” como sua canção xodó. Qual a história por trás dessa composição?

Ela é meu xodó por se encaixar perfeitamente nos meus requisitos favoritos: piano e triste. Adoro ela, acho intensa, direta e sentimental. A história é muito real, quiçá a mais real do álbum. Mas eu jamais poderei contar sobre. Ela é muito pessoal e envolve laços que ainda amo.

9.            Como foi trabalhar com o produtor Jeff Pina na construção da sonoridade do álbum?

Foi lindo. Ele é de uma genialidade absoluta. Sempre foi uma vontade muito grande produzir com ele. Eu, de início, sabia tudo o que eu queria e ele, muito sabido, entendeu tudo e colocou pra fora. Ele é incrível!

10.         Quais foram suas principais referências musicais e inspirações durante a criação deste trabalho?

Rita Lee, Belchior, Marina Lima, Marisa Monte… Tiveram outros mas não me lembro tanto agora.

11.         O show de lançamento em Recife é um marco importante. O que o público pode esperar dessa apresentação?

Podem esperar algo muito lindo, modéstia à parte. Mas não falo inteiramente de mim. Falo do todo: a banda, a produção, os arranjos… tem muita gente sabida envolvida nisso. Podem esperar nova coisa. Além de um novo repertório, um novo show, é também um novo momento. Então não estarei sozinho no palco, tem uma banda linda comigo fazendo a coisa acontecer. Um ponto super pessoal no qual eu me realizo muito é que também é um novo figurino. Então isso me anima demais! Eu adoro isso!

12.         Já que você citou planos de turnê, pode adiantar se há previsão de levar Entre Flores e Dores para outras cidades e estados?

Há sim! É praticamente praxe eu rodar em turnê todo ano. Desde 2023 fazendo uma por ano. Nesse eu senti muito por não fazer e vi que os fãs também sentiram. Isso me deixou feliz. Mas eu precisei me dedicar inteiramente ao álbum. Pois bem, álbum lançando, cá estamos nós! Prontos para a próxima!

marramaqueadmin