Kaê Guajajara faz história no The Town com festa indígena

A performance de Kaê Guajajara no The Town foi um momento histórico. Na tarde de 12 de setembro, a artista transformou o Palco Factory em uma grande festa indígena. Sendo a primeira e única mulher indígena do line-up, ela apresentou um show inédito e político. O espetáculo celebrou a prosperidade indígena e a diversidade em todas as suas formas, marcando o festival de maneira inesquecível.
Um show de celebração e vanguarda no The Town
O espetáculo foi baseado no álbum Forest Club (2024). Assim, Kaê Guajajara uniu diferentes sonoridades de forma inovadora. A performance misturou funk, french house, amapiano e música eletrônica. Além disso, as batidas se conectaram com a música popular originária, criando uma experiência única. As coreografias ousadas também ganharam destaque no palco.
Bailarinos indígenas, trans e negros protagonizaram a dança. Kaê colocou em cena corpos historicamente invisibilizados, que ocuparam o centro do palco. “Esse show foi sobre liberdade e sobre a arte indígena ocupar espaços de grande visibilidade”, celebrou a artista. A apresentação mostrou que os povos originários são contemporâneos e múltiplos.
O figurino-manifesto de Kaê Guajajara
A mensagem política do show também estava presente no visual. O figurino-manifesto, assinado por Brabo.Br, chamou a atenção. A peça escorria pelo corpo da artista como se estivesse derretendo. Portanto, a roupa representava uma poderosa metáfora da floresta que queima e se desfaz.
Kaê explicou o conceito por trás da vestimenta. “Não é só moda, é denúncia. É a tradução do que sinto quando vejo a floresta em chamas”, afirmou. Para a cantora, o figurino expressa a dor que derrete a pele, a memória e a vida. Com um público diverso e vibrante, a apresentação reforçou a trajetória de Kaê como uma das vozes mais inovadoras da música brasileira atual. O show consolidou a artista como protagonista de um dos momentos mais simbólicos do The Town.