MASP expõe arpilleras que denunciam injustiças ambientais

MASP destaca luta das mulheres atingidas por barragens com arpilleras
A exposição Mulheres Atingidas por Barragens: bordando direitos chega ao MASP, em São Paulo, no dia 11 de abril de 2025. Com curadoria de Isabella Rjeille e Glaucea Helena de Britto, a mostra reúne 34 arpilleras produzidas por mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), em um poderoso testemunho contra violações de direitos humanos e socioambientais.
Essas obras têxteis são mais do que peças artísticas. As arpilleras bordadas são instrumentos de resistência política e cultural. Criadas em rodas coletivas, retratam a realidade de quem vive os impactos das barragens no Brasil.
Arpilleras: arte e denúncia em tecido
A técnica das arpilleras nasceu no Chile, na década de 1960. Durante a ditadura de Pinochet, essas obras se tornaram símbolo da luta feminina contra repressões e desaparecimentos políticos. No Brasil, desde 2013, as mulheres do MAB adotaram essa linguagem para denunciar problemas como violência doméstica, falta de saneamento e ruptura de laços comunitários.
As peças em exibição foram produzidas entre 2014 e 2024. Cada uma traz, no verso, uma carta escrita pelas autoras, revelando o processo coletivo de criação. Seis dessas cartas estarão disponíveis ao público.
Movimento de mulheres amplia resistência ambiental
O Coletivo Nacional de Mulheres do MAB fortalece a atuação feminina frente às tragédias causadas por barragens. Essas mulheres também têm se unido a vítimas de desastres climáticos, ampliando redes de apoio e estratégias de enfrentamento.
Durante a exposição, haverá oficinas gratuitas nos dias 12 e 27 de abril. Nessas atividades, o público poderá aprender a bordar e entender melhor essa forma de resistência têxtil.
Programação e acessibilidade no MASP
A exposição faz parte do ciclo Histórias da Ecologia do MASP. O museu oferece acessibilidade completa, com entrada gratuita para pessoas com deficiência e conteúdos em Libras, audiodescrição e linguagem simples.
O catálogo bilíngue da mostra trará imagens das arpilleras, ensaios inéditos e entrevistas com lideranças do MAB.