Projeto Frestas Poéticas celebra doze anos da companhia Dança Sem Fronteiras

Dirigido pela coreógrafa e bailarina Fernanda Amaral, em novembro a companhia estreia de forma presencial o espetáculo Ciranda de Retina e Cristalino, com bailarinos em seus personagens Retina, Cristalino, Desfocado, Íris e Cornelia. O projeto usa teatros e espaços urbanos para atuar de forma acessível.

O projeto Frestas Poéticas celebra os doze anos de atividade do grupo Dança Sem Fronteiras. Foto: Fellipe Oliveira

Outras ações, como Jam Sessions, exposição e a Ação Performática Frestas Poéticas, integram o projeto do Dança Sem Fronteiras neste mês

A companhia Dança Sem Fronteiras foi criada em 2010 pela bailarina, coreógrafa e educadora Fernanda Amaral. Ao longo desses doze anos, celebrados agora com o projeto FRESTAS POÉTICAS – CARTOGRAFIAS DO CORPO DIVERSO NO URBANO, trouxe para seus espetáculos e outras ações uma abordagem na cultura corporal do movimento acessível a todos, acolhendo a diversidade dos participantes com habilidades mistas, com ou sem deficiência. Em novembro, atividades especiais marcam as comemorações: o espetáculo Ciranda de Retina e Cristalino, duas Jam Sessions, uma Exposição e a Ação Performática Frestas Poéticas. Todas as ações são gratuitas.

Contemplado pela 31º edição do edital Fomento à Dança para Cidade de São Paulo, o projeto realiza espetáculos para teatros e espaços urbanos e também promove ações educacionais, quebrando barreiras e preconceitos muitas vezes conectados ao mundo das habilidades e da dança. “A metodologia da Dança sem Fronteiras enfatiza o potencial de todos os participantes com o foco cultural corporal do movimento acessível a todos. A companhia trabalha com o processo de improvisação na dança e utiliza técnicas de consciência corporal, improvisação, dinâmicas de dança-teatro e DanceAbility”, diz Fernanda Amaral.

A companhia Dança Sem Fronteiras já se apresentou em mostras e festivais nacionais e internacionais presencialmente e online, como FIOD – Festival Internacional de Danza de Maracaibo, na Venezuela, e Thrieve Aid – the Art of Protest, nos Estados Unidos, além de  Austrália e Reino Unido. Ao longo dos anos, o grupo criou mais de doze espetáculos com apresentações em teatros, museus, espaços abertos (ruas e praças). Em 2021, foi contemplada pelo prêmio Denilto Gomes por sua atuação inclusiva com o espetáculo Olhares dos Sapatos e, em 2022, com menção honrosa pelo cenário e figurino do espetáculo Ciranda de Retina e Cristalino.

Confira a seguir as ações para novembro:

Ciranda de Retina e Cristalino 

Espetáculo apresentado inicialmente de forma on-line, ele foi adaptado agora para o palco. Nele, o olhar, o ver, o não ver e o olho em si foram temas da pesquisa de criação e também as vivências dos bailarinos e seus processos diários de mudanças e adaptações nos tempos de afastamento social e encontros por meio de telas. Em cena, os diversos bailarinos e bailarinas dançam isolados em círculos, mas conectados por suas narrativas corporais que às vezes se unem em uma só coreografia formada por diversos corpos e olhares que os levam a uma grande ciranda da memória. 

Os personagens são: Retina, mulher com baixa visão que baila atrás de sua janela; Cristalino, jovem com baixa visão que se equilibra fazendo malabarismos na penumbra com sua bengala verde e sua roda iluminada; Cecília, jovem que baila com seu olho roda com grandes cílios; Desfocado, que dança com sua pequena roda em sua cadeira de rodas e Íris e Cornelia, dançarinas com duas faces, que dançam e refletem suas imagens em um grande espelho. As composições coreográficas são desenhadas com os corpos dos bailarinos e suas características únicas, juntamente com a trilha e a iluminação, que tem um papel fundamental na construção das cenas, delimitando espaços e diálogos com movimentações diversas.  Outro elemento poético da obra é o círculo, a roda que dá voltas na ciranda da memória, como diz a letra da canção composta por Fernanda Amaral e Wagner Dias: “Foca e desfoca, provoca um novo olhar em uma só virada, do mundo que gira, gira e dá voltas lembrando da Ciranda sem fim.”

Serviço:

Ciranda de Retina e Cristalino

SP Escola de Teatro (lotação: 96 pessoas)

Praça Franklin Roosevelt, 210 – Consolação – São Paulo SP

Dias 4 e 5 de novembro de 2022, sexta e sábado, às 20h30

Dia 5 a sessão contará com audiodescrição da Ver com Palavras. 

Gratuito. Ingressos pela Sympla. Livre

JAM de DanceAbility 

A JAM é realizada com uma abordagem na cultura corporal do movimento acessível a todos, acolhendo a diversidade de cada participante. A metodologia do DanceAbility trabalha com dinâmicas de improvisação com o foco no potencial de todos os participantes, na criatividade e igualdade. Será também uma oportunidade de vivenciar o processo de criação da Cia Dança sem Fronteiras. A JAM será conduzida pela coreógrafa, bailarina e diretora da Cia Danças Sem Fronteiras Fernanda Amaral e os bailarinos da companhia.

Serviço:

SP Escola de Teatro 

Praça Franklin Roosevelt, 210

Dia: 5 de novembro, às 17:30 às 18:30 

Livre. Aberta ao público.

Ação Performática – Fresta Poética: Travessia

O corpo e  seus deslocamentos com suas subjetividades e locomoção com objetos de tecnologia assistiva (muletas, cadeiras de rodas, andador etc) se tornam protagonistas da cena. Uma travessia feita por diversos corpos, suas singularidades, gestos, movimentos e coreografias.

Serviço:

Parque Augusta 

Rua Augusta, 200

Dia: 12 de novembro, às 16h

Livre. Aberta ao público.

Exposição – Dança sem Fronteiras 12 anos 

A exposição celebra a diversidade e os doze anos de espetáculos e ações educativas da companhia Dança sem Fronteiras, e apresenta um acervo de fotos, banners,  depoimentos dos participantes, bailarinos e público, assim como videodanças e objetos dos espetáculos e ações educativas.  

Serviço:

Oficina Cultural Oswald de Andrade

Rua Três Rios, 363

Abertura dia 19|11 – Gratuito 

Na abertura, haverá uma jam session com os músicos Sérgio Zurawski e Marcelo Lé Zurawski e a cantora Paula Zurawski.

Ação Performática – Fresta Poética: Encontro

A vida, a natureza muitas vezes acha maneiras de resistir às situações e impedimentos predeterminados pelo desenvolvimento, criando brechas para romper o concreto e seguir seu fluxo, mostrando uma grande resiliência às situações adversas da vida urbana. A pesquisa da Cia se identifica muito com estas situações. A Cia trabalha com as relações do corpo, o gesto e o movimento e suas possibilidades de ocupação do espaço. Agora a retomada do corpo e suas relações com o espaço que se abre para todos os corpos dando visibilidade às suas linguagens, como por exemplo a de uma pequena flor, ou árvore que rompe o concreto.

Serviço

Em frente ao Teatro Tuca (Rua Monte Alegre, 1024)

Dia 26 de novembro, 10h. 

Livre. Gratuito.

Residência processo de criação Dança sem Fronteiras 

Voltados para adultos com e sem deficiência, a residência apresenta o processo de pesquisa e treinamento da companhia Dança Sem Fronteiras, com intérpretes com habilidades mistas. Haverá certificado para participantes com 90% de presença. 

Serviço:

Oficina Cultural Oswald de Andrade

Dias: 21, 22, 23 e 25 | Das 16h às 19h com apresentação dia 25 às 19h

Inscrições pelo endereço: dancasemfronteiras@gmail.com

Novo VIDEODANÇA FRESTA POÉTICA:  Conexões

Bailarinos e intérpretes de diversos países se encontram nas telas com a companhia. Dança sem fronteiras na tela. 

Estreia dia 26/11

Local: Canal Youtube dança sem Fronteiras

LinK: https://www.youtube.com/DançasemFronteiras

Horário: 19h

Ficha Técnica das ações:

Direção e concepção: Fernanda Amaral

Concepção dos videodanças: Fernanda Amaral e Fellipe Oliveira

Bailarinos: Ana Mesquita, Fernanda Amaral, Lucinéia Felipe, Gabriel Domingues, Icaro Rodrigues Grave, Carmen Estevez e Maiara Roquetti. 

Artistas convidadas para Ação Performática e videodanças: Cintia Domingues 

Música Original, Arranjos e Performances Instrumentais: Sérgio Zurawski (Bipolar Studio)

Figurinos e adereços: Eliseu Weide

Arte Gráfica: Rafael Petri

Filmagem e edição: Fellipe Oliveira

Produção:  Movicena Produções