Entrevista: Franklin Valverde, escritor

Entrevista: Franklin Valverde, escritor

1. Franklin Valverde, conte-nos o que o inspirou a escrever “Entende?” e a escolher Pelé como tema principal de suas crônicas.

Sempre fui fã de Pelé, sou torcedor santista e acompanhei a carreira de Pelé desde quando eu era criança. Quando ele morreu, quis prestar uma homenagem ao meu ídolo, mostrando a sua importância na vida deste torcedor.

2. O livro “Entende?” é descrito como “um livro sobre futebol pelo olhar de um torcedor apaixonado”. Como você traduziu essa paixão em suas palavras?

Sim, o “Entende? – 10 crônicas sobre Pelé”, lançado pela Editora Patuá, é um livro sobre futebol pelo olhar de um torcedor apaixonado, procurei traduzir essa paixão em 10 crônicas que contam histórias nas quais a figura de Pelé esteve presente em minha vida.

3. Como você descreveria a jornada que o leitor pode esperar ao percorrer as 10 crônicas sobre Pelé em seu livro?

O leitor vai encontrar uma jornada na qual Pelé é visto por outro ângulo, um ângulo que vai além das quatro linhas do campo, um ângulo que busca mostrar a sua imagem presente na história de um simples torcedor.

4. Além das palavras, o livro também apresenta imagens que complementam as histórias. Pode compartilhar conosco o papel dessas imagens na narrativa?

As imagens presentes na obra servem como uma forma de ilustrar as crônicas, expressando, mais do que tudo, alguns momentos e sentimentos do autor.

5. Pelé é uma figura icônica no mundo do futebol. Como você abordou os momentos mais emblemáticos de sua carreira em suas crônicas?

No livro foram relatados alguns momentos que me marcaram como torcedor, muito mais do que outros momentos ou outras histórias que, sem dúvida, foram muito mais importantes para a história de Pelé e do futebol. Mas essas, muitas delas, já foram fartamente exploradas na mídia de maneira geral.

6. Há alguma crônica específica em “Entende?” que tenha um significado especial para você? Se sim, por quê?

A crônica “Na primeira vez, eu chorei” tem um significado especial porque era a única oportunidade que tinha para ver Pelé jogar no Pacaembu. E não me foi possível assistir… Além de ter sido a sua despedida nesse estádio, profissionalmente, foi um de seus últimos jogos com a camisa do Santos. Aquele momento, em 1974, marcou muito a minha vida.

7. Como foi o processo de pesquisa e coleta de informações para escrever sobre a vida de Pelé?

Escrevi “Entende? – 10 crônicas sobre Pelé” em pouco mais de um mês, pois essas histórias já habitavam minha cabeça há muito tempo. Muitas das informações eu já as tinha e – quando surgia uma dúvida –, recorria a minha hemeroteca sobre Pelé e sobre o Santos Futebol Clube que, aliás, é retratada em uma das crônicas do livro. Fora isso, algumas informações pontuais busquei na internet e em livros.

8. O que você espera que os leitores levem consigo após lerem “Entende?” e conhecerem melhor a relação entre Pelé e o futebol?

Espero que divirtam-se com as histórias que apresentei, todas elas pelo olhar de um torcedor apaixonado por futebol e, principalmente, pelo Santos Futebol Clube.

9. No seu ponto de vista, como Pelé influenciou o futebol brasileiro e internacional, além de sua carreira esportiva?

Para dizer o mínimo: o futebol só tem hoje importância que tem porque existiu o Pelé, senão seria mais um esporte como outro qualquer.

10. O que torna “Entende?” uma leitura imperdível para os amantes do futebol e da literatura?

Sou suspeito pra dizer, entende?… (risos)

11. Se Pelé fosse um sabor de sorvete, qual ele seria?

Mel, para os torcedores santistas, porque nos adoçaria com lindas jogadas e nutriria a nossa paixão pelo Santos; e fel, para os adversários, naturalmente…

12. Se você pudesse escolher entre jogar uma partida de futebol com Pelé ou ter uma xícara de chá com ele, o que escolheria?

Não tenho nem o que pensar, escolheria jogar uma partida de futebol com Pelé, até porque prefiro café e não chá.

13. Se Pelé fosse um super-herói, qual seria seu superpoder?

Pelé não era super-herói, mas tinha alguns superpoderes: era dono de uma visão espacial fantástica, além de possuir uma rapidez de raciocínio e de ação como poucos.

14. Alguns críticos afirmam que Pelé é superestimado. Como você responderia a essas críticas?

Pura inveja, para falarmos o mínimo, sempre querem diminuir os feitos de Pelé para enaltecer de outros atletas, curiosamente nenhum deles negro. Além disso, há uma manipulação nos números para diminuir tudo que o rei do futebol realizou com primazia.

15. O futebol moderno é frequentemente comparado ao passado glorioso de Pelé. Qual é a sua opinião sobre como o esporte mudou ao longo dos anos?

Não que antes também não fosse, mas hoje o futebol virou um grande negócio, um negócio milionário que movimenta fortunas e a paixão de bilhões de pessoas no mundo inteiro. Isso acaba se sobrepondo, muitas vezes, a qualidade e a arte do esporte em si.

16. Em suas crônicas, você também aborda momentos difíceis na vida de Pelé. Como equilibrou a adoração por ele com a honestidade sobre suas falhas?

Esse não era o objetivo das crônicas e sim prestar uma homenagem a Pelé. Em um dos posfácios, escrito pelo jornalista Wladimir Miranda, sim, há a abordagem de momentos difíceis da vida de Pelé.

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