‘1798 – REVOLTA DOS BÚZIOS’: Episódio pouco conhecido da história do Brasil chega às telas dos cinemas

‘1798 – REVOLTA DOS BÚZIOS’: Episódio pouco conhecido da história do Brasil chega às telas dos cinemas

O documentário “1798 – REVOLTA DOS BÚZIOS”, do cineasta baiano Antonio Olavo, estreia nos cinemas brasileiros em 30 de maio, com distribuição da Abará Filmes. O filme resgata um episódio pouco lembrado da história do Brasil, que teve grande influência dos ideais iluministas da Revolução Francesa.

A Revolta dos Búzios, também conhecida como Revolução dos Alfaiates ou Conjuração Baiana, foi um levante planejado por centenas de homens negros na Bahia em 1798. Inspirados pelos ideais de liberdade, igualdade e fraternidade, eles pretendiam derrubar o governo colonial, proclamar a independência e implantar uma República democrática, livre da escravidão.

O movimento foi denunciado antes de sua deflagração e o governo instaurou uma investigação que durou 15 meses. Os conspiradores foram presos, torturados e condenados à morte, degredo perpétuo ou açoites públicos. Quatro líderes negros, Luiz Gonzaga, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino, foram enforcados e esquartejados em praça pública em 8 de novembro de 1799.

Apesar de sua importância histórica, a Revolta dos Búzios é pouco conhecida do público brasileiro. O documentário de Antonio Olavo busca resgatar essa história e dar voz aos seus protagonistas.

“A história do Brasil não é apenas a história das elites brancas”, afirma o cineasta. “A Revolta dos Búzios é um exemplo da luta do povo negro por liberdade e igualdade. É importante que essa história seja conhecida e reconhecida.”

Para resgatar esse episódio da história de forma mais dinâmica, o documentário se vale de várias linguagens, incluindo imagens de arquivo, animações, entrevistas com historiadores e especialistas, e encenações ficcionais.

“A fotografia não existia ainda (surge em 1839) e não houve nenhum desenho, nenhuma pintura”, explica Antonio Olavo. “Então utilizamos criações de arte com cenas cotidianas produzidas por artistas estrangeiros que visitaram a cidade na época, criamos também ilustrações alusivas aos personagens e suas ações na conspiração, com base nas descrições pormenorizada registradas nos Autos da Devassa.”

“1798 – REVOLTA DOS BÚZIOS” é o primeiro filme de uma trilogia que Antonio Olavo pretende realizar sobre as grandes lutas negras dos séculos XVIII e XIX na Bahia. Os outros dois filmes da trilogia serão sobre a Revolta dos Malês (1835) e a Sabinada (1837).

“Essas histórias precisam estar também na filmografia nacional”, afirma o cineasta. “O cinema brasileiro não pode continuar ignorando esses movimentos. De minha parte, venho desenvolvendo um minucioso e paciente trabalho de pesquisa, buscando condições para levar essas lutas ao cinema, construindo uma trilogia cinematográfica.”

Sinopse

A Revolta dos Búzios, ocorrida na Bahia em 1798, é um dos mais importantes acontecimentos da história do Brasil. Inspirado pelos ideais iluministas da Revolução Francesa centenas de homens negros planejaram um Levante com o objetivo de derrubar o governo colonial, proclamar a independência e implantar uma República democrática, livre da escravidão.

O movimento foi denunciado antes da sua deflagração e o governo instalou uma Devassa que durante 15 meses convulsionou a cena política regional, atingindo os conspiradores com prisões, degredo perpétuo, condenações de açoites públicos e até a pena de morte, sentença máxima que se abateu sobre quatro homens negros: Luiz Gonzaga, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino, enforcados e esquartejados em 8 de novembro de 1799 na Praça da Piedade, em Salvador.

Esse episódio cruzou a linha do tempo e recebeu diversas denominações, entre elas Revolta dos Búzios, Revolução dos Alfaiates e Conjuração Baiana.

Ficha Técnica

  • Direção e roteiro: Antonio Olavo
  • Produção: Raimundo Bujão, Josias Santos, Daiane Rosário, Leda Sacramento, Antonio Olavo
  • Direção de fotografia: Antônio Luiz Mendes
  • Direção de arte: Raimundo Laranjeira
  • Ilustrações: Cau Gomez
  • Som direto: Pedro Garcia
  • Trilha sonora: Maurício Lourenço
  • Narração: Rui Manthur
  • Montagem: Raimundo Laranjeira, Thiago Lisboa, Antonio Olavo
  • Edição: Thiago Lisboa
  • Pós-produção de áudio: Estúdio Base / Eduardo Joffily Ayrosa
  • Controller: Inspirar Comunicação e Cultura / Nena Oliveira
  • Assistente de direção: Daiane Rosário
  • Assistente de fotografia: Danilo Umbelino
  • Eletricista: Celso Conceição

Sobre Antonio Olavo

Cineasta e pesquisador, Antonio Olavo trabalha com temas ligados à valorização da memória negra. É autor do livro “Memórias Fotográficas de Canudos'” (1989) e gestor da Portfolium Laboratório de Imagens, produtora pela qual dirigiu 19 filmes documentários, entre os quais sete longas-metragens: “Paixão e Guerra no Sertão de Canudos” (1993); “Quilombos da Bahia’ (2004); ‘Abdias Nascimento Memória Negra” (2008); “A Cor do Trabalho” (2014); “1798 – Revolta dos Búzios”; “Quilombo Candeal – Roda de Versos na Boca da Noite” (2021) e “Ave Canudos! Os que sobreviveram te saúdam” (2021). Dirigiu também uma série para TV denominada “Travessias Negras” (2017) e atualmente está finalizando o filme “A Protetora – Memória Negra da Bahia”.

Sobre a Portfolium Laboratório de Imagens

A Portfolium Laboratório de Imagens é uma produtora e editora com forte atuação no mercado profissional audiovisual e editorial da Bahia, já tendo produzido 43 filmes documentários (7 longas e 36 curtas-metragens), editado 13 livros, 15 revistas e 9 calendários de parede ao longo de 32 anos de existência. Antonio Olavo, gestor da empresa, tem 68 anos de idade e uma larga experiência com 49 anos de atuação profissional no cinema. É roteirista e diretor dos filmes longas-metragens: “Paixão e Guerra no Sertão de Canudos” (1993); “Quilombos da Bahia” (2004); “Abdias Nascimento Memória Negra” (2008); “A Cor do Trabalho” (2014); “1798 Revolta dos Búzios” (2018); “Quilombo Candeal – Roda de Versos na Boca da Noite” (2021) e “Ave Canudos! Os que sobreviveram te saúdam” (2021). Produziu também a série documental para TV denominada “Travessias Negras” (2017).

Patrocínio e apoios

Este projeto foi contemplado nos Editais da Paulo Gustavo Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura via Lei Paulo Gustavo, direcionada pelo Ministério da Cultura e Governo Federal.

Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para a efetivação das ações emergenciais de apoio ao setor cultural, visando cumprir a Lei Complementar no 195, de 8 de julho de 2022.

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