Ministro da Defesa diz que problema no RS é uma guerra

O ministro da Defesa do Brasil, José Múcio Monteiro, afirmou que a situação no Rio Grande do Sul, atingido por fortes chuvas que causaram destruição, desabrigados e mortos, é uma guerra. “Esse problema que a gente está no Rio Grande do Sul é uma guerra, ou guerra é só atirar e matar gente?”, questionou Múcio em entrevista ao programa “CNN Entrevistas”, que vai ao ar neste sábado (11), às 21h45.

O ministro lamentou que haja pessoas usando o momento para fazer política, afirmando que o governo não está fazendo nada. “Há um ambiente de absoluto entrosamento entre Forças Armadas e governo. Militares são servidores públicos de farda”, disse.

Múcio também comentou a polêmica sobre a suposta recusa do governo brasileiro de oferta de equipamentos do Uruguai. Ele explicou que o país vizinho disponibilizou um avião grande, um helicóptero e alguns barcos, que eram necessários em um dia específico quando as forças nacionais só estavam operando com dois helicópteros. “O comando militar disse que estava precisando de helicóptero, o Uruguai mandou um helicóptero e está lá o helicóptero trabalhando e não foi mais falado sobre esse assunto”, resumiu.

O ministro ainda defendeu a incompatibilidade entre carreiras na política e nas Forças Armadas. “Nós combinamos com todos os comandantes que íamos apresentar um projeto, como são juízes, promotores, que quem vai pra política não volta para as Forças Armadas porque são carreiras incompatíveis”, afirmou.

Segundo Múcio, um candidato militar passa três anos se preparando, fazendo reuniões e criando dentro de uma estrutura de hierarquia e disciplina um movimento paralelo. “Quando perde, volta com a frustração de não ter ganhado a eleição, mas com o pensamento político, as posições ideológicas, leva pra dentro do quartel. O que fazem os generais? Transferem para tirar de perto, para não macular sua autoridade; mas aquela semente fica”, explicou.

“Nos países mais avançados do mundo, não pode se candidatar”, comparou.