Entrevista: Fabio Nogara, cantor e compositor

Entrevista: Fabio Nogara, cantor e compositor

1. Como foi o processo de seleção das músicas que compõem este EP?

Foi uma junção de ideias, eu acredito que formatar um álbum é encontrar uma afinidade entre todas as músicas. Por isso, acabei reunindo duas composições minhas que tinham essa conexão. Após isso, fui procurar em meu repertório e em minhas referências musicais o quê poderia também encaixar. Assim, cheguei às obras de Paulinho Moska, Chico César e Peninha, três músicos que fazem parte dessa minha construção musical e artística. 

2. Você pode nos contar mais sobre a decisão de mesclar faixas autorais com clássicos da música brasileira?

3. Qual foi o maior desafio que enfrentou durante a produção deste álbum?

Produzir é sempre muito desafiador, sou criterioso com cada detalhe. Acredito que uma grande dificuldade seja a questão financeira e de investimentos, pois se trata de um lançamento independente sem executivos ou gravadoras. Felizmente, para esse projeto, tive o apoio de todo o meu público em um financiamento coletivo para arcar com boa parte dos custos.

4. Como foi trabalhar com artistas renomados como Chico César, Peninha e Paulinho Moska?

A princípio, não trabalhei diretamente. Apenas realizei o licenciamento de suas obras para conseguir contemplá-las no álbum. Os três autores aprovaram a regravação e distribuição das obras, isso já vale muito! Espero um dia realizar alguma parceria musical com eles.

5. Podemos esperar uma turnê de divulgação para este novo lançamento?

Com certeza! Com exceção das autorais, as outras obras já fizeram parte do meu repertório de show e agora estarão ainda mais presentes.

6. Qual é a mensagem principal que você gostaria que os ouvintes captassem ao ouvir “Solitude”?

Eu creio que ouvir música é um ato de reflexão e pausa. Em um mundo tão barulhento e atribulado, é preciso silêncio para se conectar com a verdadeira música e com a poesia da letra. Nesse sentido, os arranjos e toda a projeção vocal foram pensados para transmitir uma ideia de leveza e suavidade. Acredito que consegui esse resultado. 

7. Você mencionou que o título do EP é uma provocação. Pode explicar um pouco mais sobre essa ideia?

O termo ‘Solitude’ evoca a ideia de uma solidão feliz e voluntária (estar bem e completo consigo mesmo). Mas, quando prestamos atenção às canções do álbum, percebemos o oposto. O tempo todo, as letras sugerem a busca por uma segunda pessoa, um amor que se complete. A foto do álbum também carrega esse peso, o telefone é um símbolo de conexão entre duas pessoas.

8. Como foi a colaboração com os músicos que participaram deste projeto?

Foi um processo muito interessante, pois no início só havia escolhido o Paulo Tó para fazer a direção, produção musical e arranjos. A medida que as gravações começaram, foram surgindo espaços para serem preenchidos e, aos poucos, as parcerias foram chegando. Mariana Mayor empresta a sua bela voz no refrão de “A Primeira Vista”. O premiado violinista Ricardo Herz teve a liberdade criativa para a faixa 2, “Somente Nela”. E o André Lima, excepcional tecladista, finalizou o álbum na faixa  autoral “Me Invade”. Cada um contribuiu um pouco para o resultado desse EP.

9. Além da música, você também é responsável pela fotografia e design do álbum. Como essa dualidade criativa influenciou o resultado final?

Na verdade, a fotografia e o design ficaram a cargo do Jean Gama. Evidente que eu participei de cada passo dessa arte e da identidade visual do álbum, até porque tenho formação na área de Publicidade e Propaganda. Mesmo delegando a alguém, não consigo ficar de fora dessas produções.

10. Quais são seus planos futuros após o lançamento deste EP?

Em breve estarei de volta aos estúdios para um novo projeto, daí sim um álbum completo de 12 músicas. Ainda não tem nada muito definido, mas pretendo iniciar esse ano de 2024.

11. Se você pudesse colaborar com qualquer artista, vivo ou falecido, quem seria e por quê?

Nossa, tem vários! Além dos artistas já citados aqui, eu gosto muito de ouvir Belchior, Flávio Venturini, Milton Nascimento, Ivan Lins, Mônica Salmaso. Todos são importantes referências para mim e espero um dia trabalhar com eles (com exceção de Belchior, que já nos deixou).

12. Qual é a sua música favorita de todos os tempos e por que ela é especial para você?

Hmm, agora complicou! Não sei definir ou escolher apenas uma música nesse quesito. Posso dizer que uma das minhas favoritas dos últimos tempos é ‘Desenredo’, composição de Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro, ouvi recentemente no álbum de Mônica Salmaso. Acho uma obra-prima. Assim como eu gosto de ‘Nascente’, de Flavio Venturini e Murilo Antunes e também ‘Atrás Poeira’, de Ivan Lins e Vitor Martins.

13. Se você não fosse um músico, qual carreira seguiria e por quê?

Publicidade, Propaganda e Marketing. Na verdade, são essas as minhas formações de graduação e pós-graduação. É uma área que gosto muito e sempre me mantenho atualizado.

marramaqueadmin

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *