Filho de Candido Portinari fala sobre legado do pai no DR com Demori

Nesta terça-feira (26), o programa DR com Demori, da TV Brasil, apresenta uma entrevista exclusiva com João Candido Portinari, filho do renomado artista plástico brasileiro Candido Portinari.

Memórias e legado

Na conversa, João Candido, que também é matemático e escritor, compartilha detalhes sobre o Projeto Portinari, iniciativa que visa catalogar e democratizar o acesso à obra de seu pai. Com mais de 95% da produção de Portinari em coleções particulares, o projeto já catalogou mais de 5.400 obras em seus 45 anos de existência.

O entrevistado também relata emocionantes memórias de infância e revela como era a rotina de trabalho de seu pai. “Ele considerava o momento de produção de um quadro como um ofício”, conta João Candido. “Tudo era rigorosamente limpo. Ele se preparava para pintar com um terno branco de panamá e um colete de brocado, em casa, todos os dias.”

Temas universais

A diversidade temática presente na obra de Portinari é outro destaque da entrevista. “Quando você olha a temática de Portinari, você tem o tema histórico, o tema social, o tema religioso, o trabalho no campo e na cidade, a infância, a festa popular, os tipos populares, a fauna, a flora e a paisagem. É um grande retrato crítico do Brasil”, afirma João Candido.

Painéis na ONU e polêmica com visto

A entrevista também aborda os painéis “Guerra e Paz”, que estão na sede das Nações Unidas desde 1956. João Candido comenta que seu pai morreu profundamente magoado por não ter podido ver os murais instalados em Nova Iorque. Na época da inauguração, Portinari teve o visto negado pelos Estados Unidos, que exigiam que o artista declarasse não ser comunista, o que ele não aceitou. Somente no ano seguinte os quadros foram instalados em uma pequena cerimônia.