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<strong>OSESP INTERPRETA SINFONIA DE MAHLER SOB A BATUTA DE SEU REGENTE TITULAR, THIERRY FISCHER, PELA PRIMEIRA VEZ</strong>

OSESP INTERPRETA SINFONIA DE MAHLER SOB A BATUTA DE SEU REGENTE TITULAR, THIERRY FISCHER, PELA PRIMEIRA VEZ

Concertos terão também participação do pianista francês Cédric Tiberghien, que interpreta obras do conterrâneo Maurice Ravel; performance de sexta-feira (30/set) será transmitida ao vivo pelo canal da Orquestra no YouTube.


Entre 29/set e 01/out, a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp realiza mais três concertos na Sala São Paulo sob a batuta de seu Diretor Musical e Regente Titular, Thierry Fischer, e recebe também o pianista francês Cédric Tiberthien. O programa começa com duas obras de Ravel – a Sonatina em Fá Sustenido Maior e o Concerto para a Mão Esquerda em Ré Maior – e termina com a grandiosa Sinfonia nº 1 – Titã, de Gustav Mahler – esta será a primeira vez que Fischer rege uma sinfonia do compositor checo-austríaco com a Osesp. A apresentação de sexta-feira (30/set), às 20h30, terá transmissão digital pelo canal da Orquestra no YouTube.

Dedicada a Ida e Cipa Godebski, grandes amigos de Ravel, a Sonatina ganhou sua estreia sob os dedos da cantora e pianista francesa Paule de Lestang, em Lyon, no dia 10 de março de 1906. Pouco tempo depois, Gabriel Grovlez fez a estreia parisiense da obra na série Société Nationale de Musique, na Schola Cantorum. A obra logo se tornou uma das favoritas do público, fazendo com que Ravel frequentemente executasse os dois primeiros movimentos em suas viagens pela Europa, bem como em sua primeira turnê pelos Estados Unidos, em 1928.

Paul Wittgenstein (1887-1961), irmão do famoso filósofo Ludwig Wittgenstein (1889-1951), já tinha uma carreira estabelecida quando perdeu o braço direito na Primeira Guerra Mundial. Recusando-se a desistir de seu instrumento, fez inúmeros arranjos e também encomendou a vários compositores peças que pudesse interpretar apenas com uma mão. A mais famosa delas é o Concerto para a Mão Esquerda, em que o desafio proposto pelo pianista ao compositor encontra, por parte de Ravel, uma resposta plena e sedutora. Ravel se debruçou sobre várias peças para mão esquerda para encontrar ideias e inspiração. Para não afogar a voz solista, a cor geral da orquestra é mais concentrada na região grave, o que acaba emprestando ao Concerto um viés bastante sombrio. Também se encontram aqui ecos de jazz, música que estava começando a influenciar compositores clássicos de todos os quadrantes. A lembrança da guerra aparece em trechos marciais tanto no piano quanto na orquestra.

É curioso que a Sinfonia nº 1, entre todas as obras de Mahler, tenha sido sempre a mais polêmica. A conturbada história de suas inúmeras versões testemunha o embate do jovem compositor com as expectativas do público e da crítica. A primeira apresentação da obra, em 1889, foi um fiasco, decepcionando até mesmo os amigos, que consideraram a música “sem sentido, confusa e grotesca”. Em 1896, uma sétima versão da Sinfonia, que seria enfim publicada em 1899, obteve uma reação um pouco menos hostil, pois a maioria do público permaneceu na sala até o fim do concerto.

As contraposições abruptas que caracterizam a obra teriam sido inspiradas no romance Titan [Titã], do escritor alemão Jean Paul (1763-1825), que sobrevive como subtítulo tradicional da Sinfonia, mesmo após Mahler ter abandonado as referências explícitas ao programa. Uma carta a Richard Strauss explica o apego às bruscas alternâncias de sentido, presentes tanto no romance quanto na sinfonia: “Minha intenção era simplesmente representar uma batalha na qual a vitória fica cada vez mais longe, no exato momento em que o guerreiro acredita estar próximo dela”. O herói que enfrenta o mundo encontra sua forma musical nos momentos de máxima tensão, como se o fluxo sonoro, ao se deparar com uma barreira, acumulasse forças para rompê-la e superá-la. Esse rompimento abala a própria forma-sonata, pois não deixa espaço para uma recapitulação tradicional. A música recolhe então os pedaços e cacos do mundo, mas os articula em uma “colagem” formalmente rigorosa, incorporando como música absoluta as contradições previstas pelo programa abandonado.

Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp
Criada em 1954, é uma das mais importantes orquestras da América Latina; desde 1999, tem a Sala São Paulo como sede. O suíço Thierry Fischer é seu Diretor Musical e Regente Titular desde 2020, tendo sido precedido, de 2012 a 2019, pela norte-americana Marin Alsop, que agora é Regente de Honra. Em 2016, a Osesp esteve nos principais festivais da Europa e, em 2019, realizou turnê pela China. No mesmo ano, estreou projeto em parceria com o Carnegie Hall, com a Nona Sinfonia de Beethoven cantada ineditamente em português. Em 2018, a gravação das Sinfonias de Villa-Lobos, regidas por Isaac Karabtchevsky, recebeu o Prêmio da Música Brasileira.

Thierry Fischer
Desde 2020, Thierry Fischer é Diretor Musical e Regente Titular da Osesp, cargo que também assume na Orquestra Sinfônica de Castilla y León, na Espanha. Desde 2009, é Diretor Artístico da Sinfônica de Utah, da qual se tornará Diretor Artístico Emérito a partir do segundo semestre de 2023. Foi Principal Regente Convidado da Filarmônica de Seul (2017-20) e Regente Titular (agora Convidado Honorário) da Filarmônica de Nagoya (2008-11). Já regeu orquestras como a Royal Philharmonic, a Filarmônica de Londres, as Sinfônicas da BBC, de Boston e Cincinnatti e a Orchestre de la Suisse Romande. Também esteve à frente de grupos como a Orquestra de Câmara da Europa, a London Sinfonietta e o Ensemble Intercontemporain. Thierry Fischer iniciou a carreira como Primeira Flauta em Hamburgo e na Ópera de Zurique.

Cédric Tiberghien
O pianista francês é amplamente reconhecido por sua versatilidade, por seus programas instigantes e diversificados e por seus formatos inovadores de performance. Dentre os destaques deste e do próximo ano, está sua estreia com a Osesp e o retorno à Sinfônica de Sydney e à National Symphony Orchestra, de Washington. Ele também irá interpretar a Sinfonia Turangalîla de Messiaen com a Filarmônica de Berlim e a Orquestra Nacional da França. Um entusiasta da música de câmara, apresenta-se regularmente com a violinista Alina Ibragimova, o violista Antoine Tamestit e com o barítono Stéphane Degout. Dentre seus álbuns recentes está a gravação dos Concertos de Ravel com a orquestra francesa Les Siècles, sob regência de François-Xavier Roth (Harmonia Mundi, 2022) — o disco apareceu como “Escolha do Editor” na revista Gramophone.

Os concertos sinfônicos da Temporada Osesp 2022 na Sala São Paulo têm patrocínio da Meta, do Itaú, da Klabin, da igc, da Usiminas, da Almaviva, da Deloitte, da Crown Embalagens, da Kapitalo, do Mattos Filho, da Salesforce, do Credit Suisse, da NTT Data e do UBS Investment Bank. Realização: Fundação Osesp, Lei Federal de Incentivo à Cultura, Secretaria Especial da Cultura e Ministério do Turismo.

PROGRAMA

TEMPORADA OSESP: THIERRY FISCHER E CÉDRIC TIBERGHIEN
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO
THIERRY FISCHER regente
CÉDRIC TIBERGHIEN piano
Maurice RAVEL
Sonatina em Fá Sustenido Maior
Concerto para a Mão Esquerda em Ré Maior
Gustav MAHLER | Sinfonia nº 1 em Ré Maior – Titã

SERVIÇO

29 de setembro, quinta, às 20h30
30 de setembro, sexta, às 20h30 – Concerto Digital
01 de outubro, sábado, às 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16, Campos Elíseos
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 7 anos
Ingressos: Entre R$ 50,00 e R$ 230,00 – preços inteiros
Bilheteria (INTI): Neste link
(11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Cartões de crédito: Visa, Mastercard, American Express e Diners.
Estacionamento: R$ 28,00 (noturno e sábado à tarde) e R$ 16,00 (sábado e domingo de manhã) | 600 vagas; 20 para portadores de necessidades especiais; 33 para idosos.

IMPORTANTE: Seguindo as orientações do Decreto Municipal nº 61.307, de 13 de maio de 2022, a Sala São Paulo deixa de exigir o comprovante de vacinação contra a Covid-19 para a entrada de seus públicos em concertos e demais atividades da casa. Segundo nota publicada pela Prefeitura, “a decisão leva em conta as mais de 31,2 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 aplicadas em todas as faixas etárias e grupos elegíveis, (…) além da diminuição das internações hospitalares” ocasionadas pelo vírus. Lembrando que o uso de máscaras é facultativo desde o dia 17 de março — a proteção segue obrigatória em transportes públicos coletivos como ônibus, trens e metrô, e nas unidades de saúde. A Fundação Osesp segue comprometida com a higienização constante dos espaços, zelando pelo bem-estar de seus diversos colaboradores e do público.

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