*Por Pedro Nasser
Nos últimos meses, acompanhamos alguns feitos muito importantes e marcantes de artistas brasileiros em relação à relevância internacional. Como foi o caso da cantora Anitta, que teve sua música “Envolver” como a mais tocada no mundo durante alguns dias. Ainda este ano, a cantora Luísa Sonza também teve uma música como destaque no top 50 global do ranking do Spotify. Isso, com certeza, se deve a nova forma de relacionamento entre fãs/artistas que as redes sociais promovem.
Hoje em dia, é muito comum ouvir que tal cantor ou cantora possui um “fandom” muito grande, que nada mais é que um grupo de pessoas que são fãs de determinada coisa em comum seja um seriado de televisão ou artista. E foram esses fandoms, por exemplo, os responsáveis por iniciar e aumentar as campanhas para que a música da cantora carioca chegasse à lista de mais ouvidas da Billboard recentemente.
E a verdade é que atualmente, essas “fanbases” são essenciais para o crescimento da indústria do entretenimento, já que, são as principais consumidoras dos produtos de mídia, além, é claro, de tornar os conteúdos relevantes. Isso é para o artista uma forma de divulgação em massa a um custo menor que em vias tradicionais.
Mas ok, é interessante para o fã ver o seu ídolo entre os mais comentados e aclamados nos noticiários e redes sociais, porém, essa parceria pode se tornar ainda mais interessante para ambos. Sabe como? A resposta é simples, os fãs podem virar “sócios” por meio de royalties musicais.
Toda vez que uma música é reproduzida em plataformas digitais ou espaços públicos, o artista recebe um pagamento desses estabelecimentos (físicos ou digitais). Caso os fãs, além de torcer para o ídolo, também façam um investimento nessa música/cantor e se tornem detentores de um pequeno pedaço, quanto mais reproduções ela tiver, maior é o retorno financeiro que ele terá.
É fato que os royalties musicais, por muitos anos, foram deixados de lado por artistas, visto que nunca foram sua principal fonte de renda. Porém, em 2020, durante a pandemia, eles viram sua principal fonte de renda ser cancelada e isso fez com que, muitos deles, voltassem sua atenção novamente para esse mercado. Dessa forma, foi por meio desses “aluguéis” que parte dessa classe conseguiu se manter durante o período.
Ou seja, esse tipo de investimento, apesar de ainda não ser muito reconhecido, pode e deve ser uma nova maneira de se investir, ainda mais com a tokenização ganhando força. Até porque, em sua maioria, ele serve para complementação de renda, e não como forma principal de ganhar fundos, além de ser uma forma de aproximar ainda mais ídolo e fã.* Pedro Nasser é CEO da Brodr, primeiro marketplace dedicado a royalties musicais no Brasil. Com vasta experiência na área de gestão financeira, o executivo, em sua trajetória profissional, passou pelas empresas Ibmex Consultoria Empresarial Jr, na qual ocupou a posição de gerente, e a MedTech PILFIL, sendo o responsável financeiro da startup.