“Temos que conversar com nossos filhos sobre sexualidade”, diz sexóloga
Cátia Damasceno, convidada de Marcelo Tas, fala sobre educação sexual, o impacto da internet e a disparidade entre os gêneros no orgasmo.
Nesta terça-feira (18/6), o Provoca, apresentado por Marcelo Tas, recebe a sexóloga e fisioterapeuta urogenital Cátia Damasceno para um bate-papo sobre educação sexual. A conversa aborda temas como a influência da internet no conhecimento sobre sexualidade, a diferença na experiência orgásmica entre homens e mulheres e a importância de pais e mães serem os primeiros a abordar o assunto com seus filhos.
“Olha, por um lado eu vejo uma forma positiva. Eles (adolescentes) têm muito mais acesso à informação de sexualidade do que os nossos pais tiveram durante uma vida inteira. Acho que a internet trouxe uma importância, uma relevância, porque ela abre portas para conversarmos a respeito de sexualidade”, afirma Cátia.
A importância do diálogo familiar
Apesar dos benefícios do acesso à informação online, a sexóloga destaca a necessidade de pais e mães assumirem o papel de educadores sexuais de seus filhos. “O que você dá na primeira infância de resposta ela leva de registro para a segunda infância e adolescência. E ‘se eu não posso falar sobre esse assunto com o meu papai e nem minha mamãe, eu vou perguntar para os meus amiguinhos na internet’. Então, acho que a gente tem que conversar com os nossos filhos sobre sexualidade”, complementa.
Desequilíbrio no orgasmo e a cultura do prazer
Na entrevista, Tas e Cátia discutem dados que revelam um desequilíbrio entre a porcentagem de homens héteros que dizem chegar ao orgasmo (95%) e de mulheres (65% para mulheres héteros e 78% para mulheres sáficas). Cátia explica que a diferença se deve, em parte, à falta de conhecimento sobre o corpo feminino e a crença cultural de que o prazer é responsabilidade do homem.
“Nem todas as mulheres terão orgasmos vaginais, a maioria delas terão orgasmos clitorianos, que são vias diferentes de estímulos. Mas tem muita mulher que nunca se tocou e não sabe como aquele clitoris é capaz de proporcionar prazer a ela”, conta Cátia.
Desconstruindo o machismo
A sexóloga também aborda a necessidade de desconstruir a ideia de que o prazer feminino deve ser dependente do homem. “Se a mulher for se tocar nessa hora, ainda tem aquelas frases ‘mas por que você está fazendo isso? Eu não sou suficiente?’. Então é uma desconstrução que tem que ser feita também na cabeça desses homens”, finaliza.