Pesquisadora lança “Pequeno Dicionário Antigordofóbico” com palavras, termos e expressões do vocabulário do preconceito

Lançado durante a Pop Plus, maior feira Plus Size do mundo, livro é da mesma autora de “O Peso e a Mídia”, Agnes Arruda

Sabe aquelas palavras que a gente nem sabe de onde vêm e diz sem nem pensar no que significam? Pois é; elas podem representar muito mais que uma simples expressão. Essa é a premissa do “Pequeno Dicionário Antigordofóbico”, o novo livro da pesquisadora Agnes Arruda, autora de “O Peso e a Mídia”, que estuda a relação da gordofobia na área da Comunicação. No projeto atual, que sai pela editora Provocare, Agnes reúne esses termos e expressões e explicou cada um deles como forma de conhecê-los e, assim, repensar seu uso.

“Quando aprendemos a falar, não nos damos conta de que as palavras foram inventadas por alguém. Elas não fazem parte da natureza, mas sim foram naturalizadas”, explica a autora. “Ter isso à consciência é importante porque nos leva a compreender que, apesar de parecer, palavras não são neutras. Elas foram criadas em algum contexto específico. Em muitos casos, no entanto, termos e expressões que utilizamos foram criados dentro de uma lógica de opressão”, completa.

Fazem parte do vocabulário da gordofobia termos como “gordice” e a expressão “bonita de rosto”. Até mesmo a palavra fitness, utilizada como sinônimo de algo saudável, entra na relação. “Depois de anos pesquisando sobre gordofobia na área da Comunicação, identifiquei na forma como falamos uma das estruturas do preconceito”, afirma Agnes, que para concretizar a ideia do “Pequeno Dicionário Antigordofóbico” contou com financiamento coletivo com mais de 100 pessoas colaborando.

O “Pequeno Dicionário Antigordofóbico” foi lançado durante a Pop Plus, maior feira Plus Size do mundo organizada pela jornalista e empreendedora Flávia Durante e ocorrida em dezembro de 2022. Ele pode ser adquirido em https://medium.com/@agnesarruda/lists Os exemplares custam R$ 35.

Sobre a autora

Agnes Arruda é jornalista, mestre e doutora em Comunicação. Também escreveu o infantil “Medusa: a história que não te contaram” (2020). Gorda desde a infância, sempre soube que era tratada diferente por causa do tamanho do seu corpo. No entanto, nem sempre soube dar nome ao que enfrentava. Quando se deu conta da existência da gordofobia, nunca mais viu o mundo com os mesmos olhos. Tem se dedicado a mostrar como esse preconceito age e retroage na vida das pessoas, em especial nos processos de comunicação. Faz a difusão do seu trabalho científico no projeto Tamanho Grande, disponível na web, incluindo suas redes sociais.