Entrevista: Lvcas, cantor e compositor

Entrevista: Lvcas, cantor e compositor
  1. Esse é o seu primeiro álbum autoral de rock. Como foi a transição de shows de funk e vídeos de humor para um projeto mais introspectivo e pessoal no rock?

Fiz minha carreira profissional no YouTube e isso é usado a meu favor — mas sou um músico que virou youtuber. Sou músico antes de tudo isso. Sempre tive contato com vídeo e com música. Minha primeira paixão foi a guitarra. Eu acho que o rock pesado imprime os sentimentos de maneira mais realista. Não sou uma pessoa triste, mas enxergo beleza na melancolia. No meu canal, que é muito voltado para o humor, eu sempre coloquei música de algum jeito. Sempre misturei as duas coisas, seja tocando ou fazendo algo relacionado à música. E o oposto também acontece: nas minhas músicas, o humor, que é uma parte muito forte da minha personalidade, aparece em várias faixas.

2. Você mencionou que sempre teve uma “veia roqueira”. Quais bandas ou artistas foram suas maiores inspirações ao criar Humanamente?
Desde minhas primeiras lembranças, eu sempre curti muito Queen, Metallica, Led Zeppelin e Black Sabbath, banda com a qual mais me identifico, mas hoje escuto de tudo, sou bem eclético e tudo me ajuda na hora da criação.

3. O álbum foi feito em parceria com o produtor Marcelo Braga. Como foi o processo de colaboração entre vocês? Quais elementos ele trouxe para o álbum?

O Marcelinho tem uma grande influência no projeto. A mixagem, que é impactante, tem a assinatura dele. Além disso, ele tem uma visão muito mais ampla como produtor. Eu consigo montar minhas ideias, criar uma música, mas não sou produtor e nem me colocaria nessa posição. Ter alguém com a expertise dele, é essencial. Aprendi muito com ele e continuo aprendendo. É uma pessoa muito importante na criação do álbum.

4. Em relação à temática do álbum, você explora dilemas da vida humana e emoções intensas. Como você escolheu as histórias e emoções que queria transmitir nas 16 faixas?
O título “Humanamente” é porque todas as músicas estão debaixo do guarda chuva que fala sobre  dilemas humanos, sobre a experiência do ser humano. O disco aborda tanto temas mais mundanos e superficiais, como também algumas reflexões um pouco mais profundas, e tudo que gira em torno disso. Ele é um álbum que tem muita energia porque eu quis romper barreiras. Quis fazer um álbum de música pesada, música densa mesmo, enfim, é um retrato muito fiel de como eu me identifico como músico, uma mistura ali de todas as minhas referências, de todas as minhas inspirações. Essa é a minha versão de agora que vocês vão conhecer.

5. Produzir um álbum inteiro pode ser desafiador, especialmente o primeiro. Quais foram os maiores obstáculos e aprendizados ao longo dessa jornada?

Foram muitos os desafios. Cantar é algo que faço há pouco tempo, comecei a dar atenção a isso tem uns cinco anos, mas aprender a escrever letra é quase como aprender a falar um idioma. Não é só juntar as palavras: é preciso formatar e prestar atenção na métrica. Foi o principal aprendizado desse álbum. Precisei desenvolver meu método: escrevia um texto gigantesco, colocava um instrumental e ficava pensando como isso se encaixaria.”


6. O primeiro single, “Odisséia”, já ultrapassou 2,5 milhões de plays. Qual foi a sua reação ao ver essa recepção do público para o seu som autoral?
Isso se deve muito a relação que tenho com meu público construída com muita confiança. Tenho uma base de fãs muito fiel e isso é muito positivo para mim como artista, o que, consequentemente, reflete nos meus trabalhos.


7. Você mencionou que é um grande admirador da música brasileira e que incorpora essa influência em suas composições. Poderia falar mais sobre como essas influências aparecem no álbum?

 Sempre fui uma pessoa extremamente eclética. Eu sempre gostei muito de ouvir tudo que é tipo de música, apesar de ter minha base roqueira ali, eu sempre fui um grande consumidor, principalmente, eu sempre fui muito admirador da música brasileira, do que a gente tem daqui e com isso eu trago vários elementos de várias coisas que eu gosto. Gosto muito de maracatu, samba, gosto muito de várias paradas, sertanejo, antigo, sou muito fã de muita gente.

8. O álbum tem uma sonoridade de metal e hardcore, gêneros conhecidos pela intensidade. Você vê a sua entrada no rock como uma forma de se conectar com o público de maneira mais profunda?
Convivo com metaleiro a vida toda. As pessoas sabem que eu tenho essa veia no rock e no metal, é onde eu me encontro como músico. Mas elas também me veem, há muito tempo, flertando com outros estilos. No álbum, por exemplo, tem uma faixa de synthwave pop com solo de guitarra, que é algo diferente do que as pessoas esperam de mim. Então, enquanto elas podem esperar o que já conhecem, também podem se preparar para o inesperado.

9. Depois de rodar o Brasil com “Minha Playlist de Funk”, quais são suas expectativas agora para a turnê de Humanamente?

Quanto ao futuro, sou uma pessoa muito pé no chão. Sempre digo que não gosto de garantir nada, porque sei que cada história é única. Só porque ontem fiz um show para 8 mil pessoas, não significa que o próximo terá o mesmo resultado. Tudo depende de vários fatores. Mas a minha intenção e vontade com certeza é levar esse projeto adiante e montar um show incrível em torno dele. A parte que mais amo é estar em cima do palco, e quero levar isso para o Brasil inteiro.

10. Com o sucesso de “Odisséia” e o lançamento de Humanamente, o que você espera alcançar nos próximos anos como artista?
Estou muito focado agora na montagem da nova banda para tocar esse projeto, inclusive o primeiro show será no dia 23 de janeiro. Mas também pretendo continuar, no ano que vem, lançando singles novos de tempos em tempos, quem sabe até um EP.

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