Diretora teatral Alice K. lança “Iti ka bati ka – Tudo ou Nada”, sua primeira obra dramatúrgica publicada
A diretora teatral Alice K. está prestes a lançar seu primeiro livro dramatúrgico intitulado “Iti ka bati ka – Tudo ou Nada”. A obra, ilustrada pelo talentoso ator e iluminador Bruno Garcia, apresenta o cativante cotidiano de Dona Azuma, mãe da autora, que aos 96 anos sente a aproximação da morte e é inundada por memórias e acontecimentos desde sua chegada ao Brasil até os dias atuais.
“Iti ka bati ka” é uma expressão japonesa que denota assumir riscos audaciosos com o desejo de boa sorte. Trata-se de um kotowaza, provérbio japonês muito popular na cultura nipônica, transmitido por gerações. Em português, pode ser traduzido como “oito ou oitenta” ou “tudo ou nada”.
Alice K., reconhecida como diretora, pesquisadora das artes cênicas e professora do Curso de Artes Cênicas da Escola de Comunicações e Artes da USP, une-se a Bruno Garcia para criar uma obra que promete encantar os leitores. O lançamento oficial do livro ocorrerá no dia 27 de junho, às 19h, na livraria Megafauna, localizada na Av. Ipiranga, 200, loja 53, no Edifício COPAN.
O livro é narrado em pequenas cenas, que podem ser consideradas como pequenos contos, e foi escrito em um momento especial. Dona Azuma, aos 96 anos, sentia a presença iminente da morte. Durante a pandemia, ela vai morar com a filha e, nesse encontro diário, é invadida por lembranças e acontecimentos que emergem a todo instante.
Alice K. explica que o título do livro reflete a forma como sua família enxerga o mundo: “Tudo ou nada tem a ver com a forma como minha família vê o mundo. Meus avós já perderam tudo quando vieram para o Brasil. Nunca há meio-termo, é sempre tudo ou nada”. A autora acrescenta: “Minha mãe era uma criança e acompanhou a saga da família. Durante a viagem de navio para o Brasil, ela perdeu um irmão que foi lançado ao mar antes de chegarem aqui. Pouco tempo depois, outro irmão também faleceu. Essas e outras memórias só pude escutar quando tudo parou. Ela contava algo novo todos os dias e eu fui anotando”.
Os três capítulos do livro, intitulados “O mundo a girar”, “Se não me falha a memória” e “(des)aparecimentos”, costuram o presente, o passado e um tempo intemporal perdido na memória. A obra aborda temas como os remédios que precisam ser tomados, as confusões temporais nos diários do amanhã, as aventuras com saquê e a seda produzida pela família no Japão, além dos exercícios realizados durante o período de isolamento. O tempo se expande, há pausas entre as falas e um mundo em suspensão.
“Iti ka bati ka – Tudo ou Nada” foi contemplado no edital ProAC 2021 da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, sendo reconhecido como uma obra de relevância artística.
Sinopse do livro: Dona Azuma, aos noventa e seis anos, sente a proximidade da morte. Ela vai morar com a filha para se preparar para o fim, mas antes disso, tem muito a fazer. Seu cotidiano é atravessado por memórias de acontecimentos passados que emergem a todo momento. E há também a pandemia…
Alice K. Yagyu, além de diretora teatral, é pedagoga e pesquisadora de artes cênicas. Ela foi atriz do Grupo Ponkã, um coletivo de artistas de descendência japonesa surgido nos anos oitenta e coordenado pelo ator e diretor Paulo Yutaka. Alice atuou em diversas obras, como “Pássaro do Poente”, “Mishima” e “Qioguem”. Nos anos noventa, dedicou-se no Japão ao treinamento do ator Nô e Kyogen, do Rakugo e do Butoh. Ela dirigiu e atuou em peças como “O Manto de Plumas – Hagoromo” (1994) e “Vento da Espera – Matsukaze” (1997), ambas adaptações poéticas Nô do dramaturgo e ator Zeami Motokiyo (1363-1443).
Ao longo de sua carreira, Alice dirigiu obras como “Qioguem!?” (CCSP, 2005), “Morte e Vida Severina” (TUSP, 2006), “A Pérola” (2007), “Polaroids” (2008), “Carícias” (2009) e “Caderno da Morte” (SESI, 2008), com alunos de artes cênicas da UNICAMP. Atualmente, ela é professora e pesquisadora teatral no Curso de Artes Cênicas da ECA/USP. Através do Núcleo HANA, do qual é diretora, Alice explora as narrativas alternativas da imigração japonesa no Brasil. Ela traduziu e dirigiu a leitura dramatizada de “Toca de Cupins” (Shiroari no Su), de Yukio Mishima, e coordenou a montagem de “ExtraOrdinários” (2013), uma criação coletiva de narrativas em biodrama.
Bruno Garcia, ator e iluminador cênico, foi aluno de Alice na UNICAMP. Em parceria com Alice, ele colaborou em produções teatrais como “Oversized” e “Caderno da Morte”, sendo esta última uma adaptação teatral do mangá Death Note. O mundo dos quadrinhos é uma presença constante em seu trabalho, adaptando obras de autores como Neil Gaiman e Marjane Satrapi para o palco.
O livro “Iti ka bati ka – Tudo ou Nada”, publicado pela Editora Javali, possui 144 páginas e estará disponível por R$ 30,00. O lançamento oficial acontecerá no dia 27 de junho de 2023, às 19h, na livraria Megafauna, situada no Edifício COPAN, na Av. Ipiranga, 200, loja 53.
Para mais informações, fotos do evento e contatos de imprensa, por favor, entre em contato com Simone Ezaki.