Entrevista: Amauri Nascimento, músico

Entrevista: Amauri Nascimento, músico

1. “Cais Carnal” é uma verdadeira homenagem ao Carnaval de Olinda e Recife. O que essa festa e sua energia significam para você, tanto pessoal quanto artisticamente?

O CARNAVAL É A EXPRESSÃO MÁXIMA DA ALEGRIA DO MEU CHÃO, DA TERRA EM QUE NASCI, É ALEGRIA. CULTURA, MISCIGENAÇÃO E IDENTIDADE. PODER FAZER UM EP SOBRE ISSO É UM PRESENTE PRA MIM.

2. Você menciona que este EP é uma “carta de amor ao Carnaval”. Quais elementos do Carnaval influenciam diretamente sua música e como você consegue incorporar essa identidade cultural nas suas composições?

COMO RECIFENSE, CONVIVER COM O FREVO, MARACATU, CIRANDA, MANGUEBEAT É OPORTUNIDADE DE ESTAR SENDO CONSTANTEMENTE INFLUENCIADO POR ESTES RITMOS. EXISTEM ELEMENTOS DE CADA UM DELES EM TODA MINHA MÚSICA, MAS NESTE EP EM ESPECIAL, O FREVO SURGE EM EVIDÊNCIA PELA SUA ALEGRIA E POESIA.

3. A faixa de abertura, “Olinda, Eu Amo Você”, tem uma colaboração de peso, com a participação de Nena Queiroga e Cassius Cavalcanti. Como foi essa experiência de trabalhar com esses nomes tão representativos do frevo?

NENA É RAINHA DE NOSSO CARNAVAL, CASSIUS VEM DE UMA ESCOLA LINDA QUE É A DE SEU PAI GETÚLIO CAVALCANTI E DE SUA CARREIRA DE ANOS COMO CANTOR E COMO MEMBRO DO SOM DA TERRA HÁ DÉCADAS ENCANTANDO PERNAMBUCO E O BRASIL. TÊ-LOS COMO AMIGOS E PRESENTES NESSA FAIXA ME DEIXA MUITO FELIZ, MAS REGISTRO A PRESENÇA DE AUGISTO SILVA E FREVO NOVO EXPOENTES DA MÚSICA INSTRUMENTAL PERNAMBUCANA E DA PRESENÇA DO ATOR EDUARDO JAPIASSU.

4. A segunda faixa, “Melô do Fio Dental/Seu Gatão”, traz uma proposta de empoderamento feminino, com uma colaboração de Nega do Babado. O que essa música representa para você, especialmente no contexto atual?

AMO A IRREVERÊNCIA DAS MARCHINHAS, É UMA MÚSICA PARA ANIMAR, MAS ELA VEM COM ESSA MENSAGEM DE QUE “SE ELA NÃO DEIXA, NÃO SE PODE LEVAR A MAL” E ISSO É FUNDAMENTAL NÃO SÓ NUMA FESTA COMO O CARNAVAL, MAS PARA TODA E QUALQUER SITUAÇÃO

5. A faixa “Um Sol pra Cada Cabeça” apresenta uma fusão de frevo com outros ritmos, e conta com a participação de Gustavo Travassos e Nego Thor. O que você buscou com essa mistura de estilos e como foi o processo de criação dessa música?

O FREVO ALIMENTOU TANTOS OUTROS RITMOS DA MÚSICA BRASILEIRA E DESDE OS ANOS 80/ 90 ELE TOMA ESSE CONTORNO DE FREVO ELETRIZANTE. “UM SOL” VEM NESSA ENERGIA, É PRA RUA, PRA FRITAR NO SOL!

6. “Lá Vem o Galo” é uma homenagem ao maior bloco de carnaval de Pernambuco, o Galo da Madrugada. O que esse bloco representa para você, e qual foi o significado de poder gravar essa música?

O GALO DA MADRUGADA É O ÁPICE DO CARNAVAL DE PERNAMBUCO, UM GRANDE ÍCONE. JÁ ESTIVE DUAS VEZES CANTANDO NESTE BLOCO E DIVERSAS COMO FOLIÃO, É UMA INCRÍVEL HOMENAGEAR NOSSO GALO!

7. Em “Calor”, você faz uma ode a grandes nomes da música pernambucana. Como esses artistas influenciam o seu trabalho, e o que você sente ao estar contribuindo para a continuidade dessa tradição?

VENDO ESSES ARTISTAS QUIS ME TORNAR CANTOR. SÃO TODOS REFERÊNCIAS, PODER JUNTO A ELES HOJE LEVAR NOSSO LEGADO A DIANTE É ALGO QUE ME ENCHE DE ORGULHO.

8. A última faixa, “Clareou Nosso Amanhã”, tem uma inspiração na poesia de Carmen Lúcia Couto. Como a poesia se conecta com a sua música, e o que você espera transmitir com essa faixa?

ESSA CANÇÃO É POESIA CANTADA. CARMEN É UMA SUPER POETISA E COMPOSITORA, PODER CONTRIBUIR COM SUA ARTE COMO APRECIADOR E AMIGO É UM DOS ENCONTROS QUE A ARTE OPORTUNIZA.

9. Você já tem planos para o lançamento do seu primeiro álbum completo. Como o “Cais Carnal” se encaixa dentro dessa jornada musical que você está criando, e o que podemos esperar do próximo álbum?

A TRILOGIA DE EPS QUE COMEÇOU EM MAIO DE 2023 COM SER…TÃO…, SEGUIU EM OUTIBRO COM TROPI E CHEGOU AO FIM COM CAIS CARNAL. TRATA-SE DE UMA JORNADA QUE VAI DO FORRÓ DO, INTERIOR, AO URBANO, FINDANDO NO CAIS QUE VIBRA O CARNAL O CARNAVAL. PRA MIM, TUDO ISSO É MÚSICA POPULAR PERNAMBUCANA, O QUE OUVI DESDE SEMPRE COMO MENINO DO BAIRRO DO ENGENHO DO MEIO. SOU MPP. POR ISSO MPP SERÁ O TÍTULO DO MEU PRIMEIRO ÁLBUM

10. Com sua carreira que vai de projetos como Doctor Vôte e Fossa até sua carreira solo, como você define a evolução do seu som ao longo dos anos e como isso reflete sua identidade musical pernambucana?

EU ACHO QUE MINHA ALDEIA ME FAZ ENTENDER O MUNDO. SCIENCE CANTOU: “PERNAMBUCO EMBAIXO DOS PÉS E A MENTE NA IMENSIDÃO”, MINHA TERRA ME CONECTA AO MUNDO. CANTO REGINALDO ROSSI, AMY WINEHOUSE E CAETANO EM UM MESMO MEDLEY, POIS MINHA TERRA ME DÁ RÉGUA E COMPASSO PARA ISSO.

11. Você menciona que “Cais Carnal” é um marco na sua jornada como artista. Como você vê a importância de ter um EP como esse em sua carreira e qual legado você espera deixar com esse trabalho?

NÃO AMBICIONO NADA MAIS DO QUE DESENVOLVER MINHA OBRA. MAS CONSTRUIR ESSE PRIMEIRO ÁLBUM DIVERSO DE FORMA COORDENADA COM OS EPS ME PERMITIU DEGUSTAR CADA FACETA DELE AOS POUCOS, FOI MARAVILHOSO.

12. O que os fãs podem esperar para o futuro, tanto no Carnaval deste ano quanto em seus próximos lançamentos? Há alguma surpresa a caminho?

ESPEREM MUITA ALEGRIA, MUITA FELICIDADE, MTA ENERGIA. O ÁLBUM VIRÁ COM NOVIDADES ALÉM DO QUE JÁ FOI LANÇADO E TUDO ESTÁ SENDO CONSTRUÍDO DE FORMA MUITO CARINHOSA. UM XERONUZÓI E OBRIGADO PELO CARINHO E RESPEITO AO MEU TRABALHO QUE POSSUI DIVERSAS OUTRAS MÃOS COMPETENTES QUE CONTRIBUEM LINDAMENTE. FELIZ CARNAVAL A TODOS!

marramaqueadmin