Edições Sesc lança último volume da coleção Álbum

Edições Sesc lança último volume da coleção Álbum

As Edições Sesc São Paulo lançam o último volume da coleção Álbum, dedicada à história da música brasileira contada a partir de seus discos. A obra chega ao público em formato digital e analisa a produção musical contemporânea no país.

Intitulado “Álbum 4 – 1994 a 2025: a desmaterialização da música, o rap no topo, a revolução (tran)sexual, o afrofuturismo”, o livro é assinado pelo jornalista e crítico musical Pedro Alexandre Sanches. O volume encerra a série e amplia o olhar crítico sobre as transformações estéticas, tecnológicas e políticas da música brasileira nas últimas três décadas.

Último volume da coleção Álbum chega à música contemporânea

A coleção Álbum: A história da música brasileira por seus discos percorre a produção fonográfica nacional desde os anos 1950. Neste quarto volume, o foco recai sobre o período entre 1994 e 2025, marcado por mudanças profundas na forma de produzir, ouvir e consumir música.

O livro analisa a chamada desmaterialização da música, fenômeno impulsionado pelo avanço tecnológico. O percurso vai do CD ao streaming, passando pelo MP3, pela pirataria digital, pelo YouTube e pelas redes sociais. Assim, o conceito tradicional de álbum é ressignificado em um cenário de fluxos contínuos.

Rap, revolução (tran)sexual e afrofuturismo ganham destaque

Entre os principais eixos do volume está a ascensão do rap como força cultural dominante. O livro acompanha esse movimento desde Racionais MC’s até nomes como Emicida, Criolo, Rincon Sapiência, Don L e MC Carol. Além disso, destaca o surgimento de rappers indígenas como Owerá e Katu Mirim.

Música e dissidência no centro do debate cultural

Outro ponto central é a chamada revolução (tran)sexual na música brasileira. O volume analisa artistas trans, travestis e não binários que ampliaram repertórios de corpo, voz e performance. Entre eles estão Liniker, Linn da Quebrada, Pabllo Vittar, Johnny Hooker, Catto e Bia Ferreira.

O afrofuturismo também ocupa espaço relevante. A obra discute artistas que unem ancestralidade, tecnologia e imaginação radical. Nomes como BaianaSystem, Larissa Luz, Edgar e Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz exemplificam esse movimento.

Livro amplia papel da crítica musical no presente

Além desses eixos, o volume aborda transformações no funk, no sertanejo, no piseiro, na MPB e no pop internacionalizado. Artistas como Anitta, Marília Mendonça, João Gomes, Alice Caymmi e Marina Sena aparecem como parte desse redesenho sonoro.

Dessa forma, o lançamento reforça a importância da crítica musical como ferramenta de compreensão social e cultural. O livro interessa a pesquisadores, jornalistas, artistas e ouvintes atentos às disputas e afetos do presente.

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