Websérie registra receitas quilombolas de Pernambuco

Websérie registra receitas quilombolas de Pernambuco

Receitas quilombolas do interior de Pernambuco ganham registros em áudio e vídeo na websérie Saberes e Sabores Quilombolas, que estreia neste sábado, 6 de setembro.

Receitas quilombolas registradas em websérie gratuita

A culinária quilombola, transmitida oralmente de geração em geração, será preservada em formato audiovisual. A websérie Saberes e Sabores Quilombolas estreia no YouTube e Instagram, com acesso gratuito ao público.

O projeto nasce na comunidade de Povoação de São Lourenço, distrito de Tejucupapo, em Goiana (PE), e tem como protagonista a mestra cozinheira Edjane Agostinho. Filha e neta de marisqueiras, ela cresceu observando e praticando os modos tradicionais da cozinha quilombola, tornando-se referência também na militância cultural.

Culinária quilombola como resistência e memória

A série conta com cinco episódios, cada um dedicado a uma receita que representa resistência e identidade cultural. Entre os pratos estão a moqueca na palha, o pirão de caranguejo e o lambedor serenado de cipó de vaqueiro, que une alimentação e medicina popular.

Também aparecem receitas aprendidas nas rodas de conversa da associação de marisqueiras, como a moqueca seca na folha de aroeira. Os episódios trazem ainda alimentos-base da dieta quilombola, como inhame, macaxeira, banana e feijão.

Com recursos de acessibilidade, os vídeos apresentam desde os ingredientes até o momento de servir, incentivando o público a reproduzir e adaptar os pratos em casa.

Websérie fortalece cultura e economia local

Além de preservar saberes ameaçados, a websérie fortalece o turismo de base comunitária em Goiana. A culinária quilombola é um dos principais atrativos da região, e parte da renda gerada é dividida entre famílias da comunidade.

Segundo Edjane Agostinho, “cada prato é parte da minha família e da comunidade. Ao registrar nossas receitas, asseguramos que essa cultura continue viva”.

Com apoio do edital de Fomento PNAB – Diversidade, Cultura e Periferia, a produção valoriza o protagonismo feminino e posiciona a gastronomia quilombola como patrimônio cultural brasileiro.

marramaqueadmin