Estudo de Adorno sobre autoritarismo ganha nova edição

Estudo de Adorno sobre autoritarismo ganha nova edição

A Editora Unesp relança Estudos sobre a personalidade autoritária. O trabalho de Theodor W. Adorno questiona se o nazifascismo pode surgir em democracias. O livro, de 1950, investiga as raízes psicológicas do autoritarismo. A obra é relevante diante da ascensão de regimes iliberais hoje. Ela também é crucial para entender a radicalização política global. O texto é uma colaboração de Adorno com Levinson, Sanford e Frenkel-Brunswik.


Análise sobre o fascismo e a sociedade

Esta nova edição, com 597 páginas, condensa o estudo original. Ela oferece chaves para entender a intolerância e a adesão a líderes autocráticos. Adorno mostra que o fascismo não foi um evento isolado. Ele se manifestava de forma latente nos EUA durante a Segunda Guerra Mundial. A obra explora a relação entre autoritarismo e o capitalismo. Por exemplo, analisa o paradoxo do antissemitismo em uma democracia.

Segundo Virginia Helena Ferreira da Costa, os autores não encontraram antidemocratas declarados. No entanto, eles identificaram traços de um potencial fascista. Tais tendências poderiam se tornar violentas em momentos de crise. A pesquisa busca decifrar as “gratificações emocionais” do fascismo. Os resultados mostram que indivíduos etnocêntricos eram comuns.


Um alerta para a atualidade

A sofisticação metodológica da obra a torna uma referência para o século XXI. A reedição surge em um momento de polarização política. Discursos de ódio e ataques às instituições são uma realidade. A obra de Adorno funciona como um alerta para os perigos contemporâneos. A tradução da nova edição é de Virginia Helena Ferreira da Costa, Francisco López Toledo Corrêa e Carlos Henrique Pissardo.

Theodor W. Adorno (1903-1969) foi um filósofo alemão. Ele foi um dos principais teóricos da Escola de Frankfurt.

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