Memória da ditadura vira ato de resistência

O livro Esquecer? Nunca mais!: a saga de meu filho Marcos Arruda é um poderoso testemunho. A obra relata a luta de uma mãe contra a ditadura militar. A autora, Lina Penna Sattamini, narra a prisão e tortura do filho, Marcos Arruda. Ele foi sequestrado em maio de 1970. O relato se torna um documento histórico fundamental. A nova edição, revista e ampliada, é da Editora Unesp.
Relato de uma mãe contra o terror de Estado
A narrativa da autora tem uma intensidade dramática. Ela descreve o período mais violento da ditadura civil-militar. Segundo Frei Betto, são raros os relatos de mães sobre seus filhos presos. A obra de Lina Penna Sattamini preenche essa lacuna. O livro reúne correspondências familiares e bilhetes de Marcos da prisão. Os relatos de tortura são cruéis. A obra oferece um retrato vívido dos métodos de repressão.
Morando nos EUA, Lina mobilizou redes diplomáticas. Sua força materna foi usada para resgatar o filho. Marcos foi preso por organizar a resistência operária. A narrativa combina dor pessoal com precisão histórica. O relato se eleva a um documento político de grande importância.
Edição ampliada e seu significado
A nova edição chega em um momento crucial. O Brasil retoma o debate sobre memória e democracia. O livro tem textos inéditos, como o prefácio do historiador James N. Green. O posfácio é de Marcos Arruda. Ele viveu oito anos no exílio. A obra transcende o memorial familiar. Ela se torna um farol contra o esquecimento. Nas palavras de Frei Betto, Lina nos dá um legado de coragem.
Lina Penna Sattamini foi intérprete brasileira nos EUA. Sua jornada pessoal virou um ato político. Ela enfrentou o regime militar para salvar o filho. Sua história permanece como testemunho da resistência civil.