Por que artistas brasileiros não emplacam no exterior?

Fama no Brasil não garante sucesso internacional. A produtora Vanessa Abreu analisa por que artistas como Wanessa Camargo e Sandy & Junior não conquistaram o público global.
Carreira internacional exige mais do que talento local
Ter uma carreira consolidada no Brasil não significa sucesso garantido no exterior. Nomes como Wanessa Camargo, Claudia Leitte, Sandy & Junior e Kelly Key apostaram em lançar álbuns internacionais, mas enfrentaram desafios que impediram sua consolidação fora do país.
Segundo Vanessa Abreu, produtora executiva com experiência em internacionalização de carreiras, a chave para o sucesso global vai além de cantar em outro idioma.
“O que funciona no Brasil nem sempre se traduz lá fora. É preciso adaptar a proposta cultural, estética e linguística”, afirma.
Faltou estratégia na internacionalização das carreiras
Wanessa Camargo: identidade artística indefinida
Apesar do investimento em uma sonoridade pop internacional no início dos anos 2000, Wanessa não conseguiu manter uma imagem coerente e forte o suficiente para competir no mercado externo.
Claudia Leitte: sem narrativa consistente
Claudia Leitte chegou a lançar músicas em inglês e se apresentar nos EUA. No entanto, a falta de continuidade e de uma estratégia clara comprometeu sua expansão.
Sandy & Junior: barreiras culturais
A dupla tentou se lançar no mercado latino e norte-americano com um álbum em inglês, mas encontrou dificuldades em se reposicionar diante de um novo público.
Kelly Key: estrutura limitada
Kelly Key apostou em turnês e gravações fora do Brasil, mas não contou com uma estrutura de distribuição internacional nem com engajamento cultural local.
Sucesso global exige adaptação e conexão cultural
Vanessa ressalta que muitos artistas falham por tentar reproduzir no exterior o mesmo modelo que funciona no Brasil. “Lá fora, é preciso quase começar do zero”, diz.
Ela cita Bruno Mars no Brasil como exemplo de sucesso. O cantor se destacou por mergulhar na cultura local, usar gírias, dançar funk e interagir como um brasileiro.
“O segredo é entender a alma da cultura local e se conectar com ela. Só assim a arte toca o coração do novo público.”