Artistas protestam nas redes com a hashtag #ProShowNãoAcabar

A frase-chave #ProShowNãoAcabar tem ganhado destaque nas redes sociais como um protesto de artistas da música brasileira. Eles denunciam o impacto negativo dos algoritmos das plataformas digitais sobre a criação artística.
O movimento #ProShowNãoAcabar começou com postagens da cantora Vanessa Moreno. Em seu Instagram, ela declarou: “Música virou conteúdo com prazo de validade”. A publicação recebeu apoio de nomes como Zélia Duncan, Ellen Oléria, João Suplicy, Kiko Loureiro (Angra e Megadeth), Joyce Moreno e Cláudio Nucci.
Música sufocada pelos algoritmos, dizem artistas
Com a hashtag #ProShowNãoAcabar, artistas denunciam a crescente pressão para agradar algoritmos. A exigência de engajamento constante estaria desvalorizando a música como arte.
Márcio Buzelin, tecladista do Jota Quest, afirmou: “A música é boa. Mas o algoritmo não achou”. Para ele, músicos iniciantes enfrentam ainda mais dificuldades para alcançar o público. Em mensagem semelhante, o cantor Tibless, do Soul Brasileiro, disse: “Fazer música virou menos importante do que fazer dancinha”.
Postar virou mais importante do que compor
Mr. PinGO, músico e produtor, destacou que “Postar não deveria ser mais urgente que compor”. A crítica ao imediatismo e à lógica das redes se soma à de muitos outros artistas, como Indy Naíse, André Moraes, Jefferson Gonçalves e a banda Almanak.
Ellen Cristiane, vocalista da Almanak, lamentou que a criação musical tenha sido substituída por estratégias de visibilidade: “Se o artista para, o algoritmo esquece. E isso pesa”.
Especialistas alertam sobre crise na valorização da música
A advogada Maria Rita Lunardelli, especialista em direitos autorais, reforça as críticas. Ela afirma que o valor da música foi reduzido a centavos e que músicos acompanhantes muitas vezes nem recebem pelas execuções nas plataformas. “Postar virou mais importante que criar. Isso sufoca e silencia”, alerta.