Entrevista: Carlos Thadeu de Freitas, economista

1. O que o motivou a reunir esses 100 artigos em um livro? Houve algum momento ou situação que reforçou essa decisão?

Eu achei muito importante fazer este registro por conta dos muitos acontecimentos ocorridos antes, durante e após a pandemia da Covid 19; principalmente pelo fato do Brasil estar superando as dificuldades causadas por essa pandemia.     

2. No livro, muitos artigos abordam a economia brasileira durante a pandemia de Covid-19. Na sua visão, qual foi o maior erro e o maior acerto do Brasil em termos de políticas econômicas durante esse período?

O maior acerto foi o Brasil ter consigo vacinar a população; e o maior erro foi ter custado a tomar essa decisão sobre a vacinação. Isso impactou profundamente a vida de muitos brasileiros. 

3. O senhor passou por cargos de grande relevância durante períodos de crise econômica no país. Que aprendizados dessas experiências mais o marcaram e como influenciaram os temas abordados no livro?

A experiência que mais me marcou foi fazer parte da Diretoria do Banco Central. Como fui responsável pela política monetária, isso me levou a tomar decisões que influenciaram, depois, vários temas desse livro. 

4. O senhor fala sobre crescimento sustentável e má distribuição de renda. Em sua opinião, quais seriam as principais ações que o governo e o setor privado poderiam adotar para reduzir as desigualdades econômicas no Brasil?

Bem, o Brasil sempre foi um país com muita desigualdade social e econômica. O governo poderia investir mais em Educação e Saúde; e as empresas privadas deveriam colaborar mais, abrindo mais vagas de emprego e oferecendo melhor remuneração.  

5. Como o senhor avalia as políticas econômicas atuais do governo em relação à trajetória de crescimento e aos desafios que o Brasil enfrenta?

O governo atual tem implementado muitas políticas sociais, mas tudo isso tem um custo. Como exemplo, mais inflação a curto prazo. 

6. O presidente da CNC, José Roberto Tadros, destaca sua habilidade de traduzir temas econômicos complexos para uma linguagem clara. Como o senhor enxerga essa importância de comunicar temas de economia para o público leigo?

Bem, economistas costumam falar para outros economistas, mas o importante deve ser sempre atingir a população mais leiga, que também precisa tomar decisões. 

7. O prefácio do livro foi escrito por Paulo Rabello de Castro, que destaca sua habilidade de prever crises. Pode nos contar um pouco sobre essa relação e como as visões de vocês se complementam?

É uma relação nasceu na Fundação Getúlio Vargas, na revista Conjuntura Econômica. E essa visão se completa pela experiência parecida que tivemos dentro do mundo econômico.  

8. Todo o valor arrecadado será destinado à Escola Especial Crescer. Poderia nos falar mais sobre essa instituição e por que escolheu destinar os recursos para ela?

A minha escolha veio por achar que esta instituição realiza um trabalho muito sério no cuidado com crianças especiais.

9. Com uma carreira tão extensa e diversificada, que conselhos o senhor daria aos jovens economistas que estão começando a carreira e que aspiram a atuar em grandes instituições?

Bem, hoje os economistas, cada vez mais, têm que estar preparados para tomar decisões eficientes e rápidas. 

10. Após o lançamento de A Saga da Crise, há outros projetos ou temas que o senhor gostaria de explorar?

 Existem, sim, alguns projetos que ainda pretendo implementar, mas por enquanto é cedo para falar sobre eles.