O curta-metragem brasileiro “Amarela”, escrito e dirigido por André Hayato Saito, foi selecionado para a Competição Oficial do 77º Festival de Cannes, onde é o único representante da América Latina na categoria. O filme concorre à Palma de Ouro de Curta-Metragem, prêmio máximo do festival.
“Amarela” conta a história de Erika, uma adolescente nipo-brasileira que sofre com a violência e o preconceito durante a final da Copa do Mundo de 1998. O filme aborda temas como identidade, pertencimento e a busca por um lugar no mundo.
O trailer oficial do filme foi divulgado nesta terça-feira (23). Assista aqui:
“Sempre me senti japonês demais pra ser brasileiro e brasileiro demais pra ser japonês. A busca por uma identidade que habita o entrelugar se tornou a parte mais sólida de quem eu sou. ‘AMARELA’ é uma ferida aberta não só do povo Nipo-Brasileiro, mas de todos os filhos das diásporas ao redor do globo que se conectam a esse sentimento de serem estrangeiros no próprio país. Erika, a protagonista, representa o desejo de encontrar nosso lugar no mundo”, comenta André Hayato Saito, roteirista e diretor do filme.
“’Amarela’ traz uma perspectiva linda e forte para o cinema, que fala sobre pertencimento e identidade enquanto demonstra o poder da coletividade, que abraça. Um cinema que faz parte da curadoria da MyMama, de realizar filmes com propósito, vozes e talentos diferentes e com representatividade, neste caso representando a visão sobre os imigrantes asiáticos no Brasil e no mundo e as diferenças entre identidades e culturas que coexistem em nosso território”, explica Mayra Faour Auad, da MyMama Entertainment, produtora dos filmes.
O filme foi produzido por uma equipe majoritariamente brasileira com ascendência asiática e marca a estreia nas telas da jovem protagonista nipo-brasileira Melissa Uehara. “Amarela” é a terceira parte da trilogia de curtas da MyMama com o Saito que investiga sua ancestralidade japonesa a partir de um olhar autoral e íntimo.
A Palma de Ouro de Curta-Metragem será entregue pelo Júri presidido pela atriz belga Lubna Azabal, no sábado, 25 de maio, durante a cerimônia de encerramento do 77º Festival de Cannes.