“Internet democratiza histórias em quadrinhos”, diz brasileiro notado por Rihanna e Will Smith
Paulo Moreira participou da Arena HQ da 5ª Bienal Internacional do Livro de Brasília
Uma das atrações da 5ª Bienal Internacional do Livro de Brasília (Bilb), o ilustrador paraibano Paulo Moreira, de 30 anos, que já teve sua arte notada por Rihanna e Will Smith, disse na tarde deste sábado (22/10) que “a internet democratiza as histórias em quadrinhos”. Ao lado da artista potiguar Luiza de Souza, de 29, conhecida pelo livro Arlindo, ele participou da abertura oficial da programação da Arena HQ no evento, que será realizado até o próximo dia 30, no Pavilhão do Parque da Cidade.
Com 376 mil seguidores no Instagram, Moreira começou sua carreira em HQs em 2016 e atribuiu seu sucesso à força do mundo digital. “A internet me ajudou a chegar a muita gente. Só consegui trabalhar com quadrinhos por causa da internet, porque vi que tinha muita gente que também gostava do tipo de histórias que eu estava fazendo. A internet deu uma nivelada, sem precisar ir atrás de patrocínio em São Paulo, por exemplo”, afirmou.
Moreira, que é conhecido por utilizar elementos regionais para valorizar a cultura paraibana nos desenhos, tem movimentado as redes sociais. Em março deste ano, Rihanna reagiu à publicação dele retratando a cantora e o namorado dela, A$AP Rocky, na praia de Cabo Branco, em João Pessoa. Em 2019, o ator americano Will Smith compartilhou um desenho do quadrinista paraibano, fazendo referência ao seriado “Um Maluco no Pedaço”.
A ilustradora Luiza, por sua vez, comparou HQ a um tipo de novela. Segundo ela, histórias em quadrinhos são muito parecidas com a teledramaturgia por abordar temas relevantes de forma criativa. Em Arlindo, sua principal obra, a artista acompanha a vida de um adolescente do interior do Rio Grande do Norte, cheio de dúvidas e sonhos.
“Uma história sobre descobrir quem a gente é em meio ao caos da adolescência, sobre encontrar força em nós mesmos e nas pessoas que a gente ama e, principalmente, sobre se permitir existir — mesmo quando isso dá tanto medo”, diz o livro.
O curador de HQ da Bilb, Pedro Brandt, que atua como mediador dos encontros do público com artistas na bienal, ressaltou que a programação de histórias em quadrinhos aborda uma arte que “muita gente ainda desconhece”. Segundo ele, a bienal destaca a diversidade de formatos criativos deste gênero.
“A gente tem desde quadrinhos infanto-juvenis até aqueles que lidam com temas como depressão. Há uma grande diversidade de estilos de desenhos, de propostas de publicação. Aqui o público vai encontrar mangás, graphic novels, quadrinhos de humor, estilos mais europeus e de super-heróis. Tem para todos os gostos, e isso nos ajuda a entender essa grande adesão à nossa arena”, afirmou.
PROGRAMAÇÃO
A seguir, confira a programação completa de artistas na Arena HQ da 5ª Bilb, com mediação de Pedro Brandt.
Dia 22/10 (Sábado) | 15h às 16h30: Luiza de Souza e Paulo Moreira
Dia 23/10 (domingo) | 15h às 16h30: Matheus Santolouco
Dia 24/10 (Segunda) | 19h às 20h30: André Dahmer
Dia 25/10 (Terça) | 19h às 20h30: Jefferson Costa
Dia 26/10 (Quarta) | 19h às 20h30: Zanzim
Dia 27/10 (Quinta) | 18h30 às 20h: Fabiane Longona
Dia 28/10 (Sexta) | 19h às 20h30: Fernando Gonsales
Dia 29/10 (Sábado) | 16h30 às 18h: Marcelo Lelis
Ingressos
• O primeiro lote de ingressos de cada dia é gratuito. Após o término do lote promocional, o público pode comprar os ingressos por R$10,00 pela meia social (com doação de 1kg de alimentos) e R$ 20,00 a inteira. A Bilb também terá meia-entrada liberada (permitida por lei). Para isso, é necessária a apresentação de documento de comprovação;
• Professores não pagam entrada (necessário apresentação de documento de comprovação);
• Crianças até 12 anos de idade têm entrada gratuita;
• O ingresso de entrada no evento não dá acesso ao palco musical. Para conferir os shows musicais, fora da área de visitação dos estandes, os interessados devem adquirir seu ingresso no site da Bilb,
• É necessário ter atenção com as regras de boas práticas. Haverá ecocopos, ecobags, lixo reciclável, depósito de lixo eletrônico, troca e doação de livros.
A Bienal
Ao longo das quatro edições anteriores, o projeto recebeu mais de 1,5 milhão de visitantes, dentre os quais cerca de 200 mil eram estudantes das redes pública e particular de ensino do Distrito Federal. O público teve a oportunidade de assistir a palestras e debates de mais de 470 escritores brasileiros e estrangeiros.
Além disso, a bienal lançou 600 livros de mais de 60 países, com 120 seminários e debates, além de apresentações de 161 artistas e grupos brasileiros.Assim como o público em geral, o mercado editorial e literário foi muito beneficiado pela bienal, nas quatro edições anteriores. Editoras e revendedoras participantes comercializaram mais de 600 mil livros. No total, alunos e professores da rede pública do DF também movimentaram cerca de R$ 7 milhões com vale-livro.