Entrevista:Roberto Kathlab, pesquisador e escritor

1. Como surgiu a ideia de escrever “Brasilibaneses no Líbano” e qual foi sua maior inspiração para abordar esse tema?

   Desde os anos 1987, pesquiso sobre imigraçao e emigração, partcicularmente árabe, libanesa e síria, pelo fato de  eu eu ter vindo viver no Líbano. A partir deste periodo já publiquei livros, artigos e participei de congressos sobre o tema.

2. Pode nos contar um pouco sobre a pesquisa conduzida para o livro e como foi o processo de coleta de informações e histórias dos brasilibaneses?

 Como eu escrevi acima, o interesse foi a partir de 1987. No Brasil conhecia a comunidade libanesa e aqui no Líbano passei a conhecer a comunidade brasileira, mas observando que a maioria dos brasileiros no Líbano são brasileiros-libaneses ou descedentes ou  brasileira esposas de binacionais. Foi ai que criei o neologimo « Brasilibaneses » em uma publicação de 1999, onde  comecei a escrever sobre os brasilibanes no Líbano.  O processo de informaçoes , grande parte foi in loco, visitei por todo o Líbano (10452 Km3), um território não muito extenso, e conversava com os brasilibaneses. Então  além de documentos historicos, poucos,  eu escrevia anotações pessoais sobre a comunidade, visto que não tinha sido escrito  nenhum trabalho, que conheço , sobre os brasileiros no Líbano. Também fui pesquisando sobre visitas históricas do Brasil no Líbano e anotando visitas que foram passando pela país, o que gerou o livro Brasil-Líbano, amizade que desafia a distância (Ed. EDUSC, SP, 1999, traduzido em árabe, Ed. Dar al Farabi, Beirute 2000)

3. Quais são os principais pontos que os leitores podem esperar encontrar neste livro?

 Um história inédita, a história da re-imigração/imigraçao de brasileiros libaneses para o Líbano. Sempre os livros contam as etapas da emigraçao do Libano para o Brasil. Neste livro a história é o contrario , do Brasil para o Líbano. Nas minhas pesquisas sobre  quando iniciou este retorano me levou a descobrir que em 1885 o libanes Jacob Menassa emigou para Manaus, trabalhou e ficou bem de vida e entao casou com uma descedente de libaneses e em 1901 (no Libano o governo era otomano), j´naturalizado brasileiro ,  decidiu visitar o Líbano e teve a idéia de abrir um comércio de importação e exportação Brasil –Libano, visto que existia um Tratado de amizade, comério e navegação assinado em 1858  pelo imperador Dom Pedro II, Brasil-Otomano, Portanto, até o momento, pesquisa, Jacob é o pioneiro  do de brasilibaneses no Líbano, iniciou a comunidade. Também apresento  a pesquisa inédita, com documentos, de um cidadão do império otomano, Joseph Ibrahim Nehme, nascido em Deir el Kamar, Emirado do Monte Líbano, pertecente ao Império  otomano, Joseph emigrou para o Brasil em 1795. Portanto, um dos primeiros « libaneses » a emigrar para o Brasil, com provas documentais.

4. Como você descreveria a importância da relação entre Brasil e Líbano ao longo dos anos, e qual papel os brasilibaneses desempenham nessa conexão?

 A história da volta de libaneses-brasileiros para o Líbano no decorrer do tempo, como, Jacob Menassa, sempre foi uma volta, mas sempre mantendo contatos, comércio, relação familiar…  nos dois países. Isto fez com que formou uma comunidade com laços humanos que permance até hoje e fez com que no decorrer dos anos houve contatos com autoriadades, como a viagem em 1876  de Dom Pedro II ao Líbano (Khatlab, As viagens de Dom Pedro II. Oriente  Médio e África do Norte, 1871 e 1876. Ed. Benvirá (Saraiva), SP 2015), pioneiro das relações Brasil-Mundo Árabe. E este ano  comemora 80 anos (1944-2024) que o Brasil reconheceu a Independência do Líbano. Então existe ofrte laços humano e diplomático entre os dois países. Os brasilibaneses é que reforça esta conexão que desafia a distancia.

5. “Brasilibaneses no Líbano” aborda um período de mais de 123 anos de história. Quais foram os maiores desafios que você enfrentou ao tentar condensar essa vasta história em um único livro?

 Encontrar fontes, referências. Quase inexistente ou algumas espalhadas entre os arquivos. Tive que valer muito das minhas anotaçoes pessoais ao longo dos anos, que registrei fatos históricos, eventos, visitas oficiais… e esta ia um compendio, que deixo claro, não completo e que deve continuar a regristrar os fatos, a pesquisa continua.

6. Qual é a sua opinião sobre o termo “brasilibanês” e como você vê a identidade desses indivíduos que transitam entre o Brasil e o Líbano?

 Brasilibaneses , é o binacional brasileiro –libanês, que vive praticamente as duas culturas, tem relação familiar  com os dois países.

7. Como você espera que este livro contribua para a compreensão e preservação da cultura e história dos brasilibaneses?

 E somente conhecendo a história que podemos preserva-la, assim como a cultura. O livro tem como objetivo registrar os fatos históricos, culturais, visitas dos dois países e assim fortificar a importancia da relação Brasil – Líbano para as  próximas gerações, que amem e estudem os dois países e contribuem para que ambos se desenvolvam.

8. Você mencionou que este livro é uma espécie de registro da comunidade brasilibanesa no Líbano. Que impacto você espera que tenha nas futuras gerações dessa comunidade?

 Espero que o livro seja uma base histórica e humana sobre a comunidade brasilibanesa no Líbano e que as gerações futuras vejam que existe histórica e humana que nasceu e desenvolve até nossos dias. Dois países amigos. Menciono sempre a presença, apoio,  dos dois países  em situações boas ou mas, A última, em 2022, exploss no poero de Beirute. O Brasil imediatamente enviou ajuda humanitária ao Líbano, uma delegação, presidida pelo ex-presidente do Brasil, Michel Temer (de origem libanesa, brasilibanês) esteve presente em Beirute. Solidariedade.

9. Como foi sua experiência pessoal ao pesquisar e escrever sobre a história e cultura dos brasilibaneses? Houve alguma descoberta que o surpreendeu durante esse processo?

Como já descrevi acima, descoberta da história da re-imigeraçao de  Jacob Menassa e da emigraçao de Joseph Ibrahim Nehme.

10. O que você espera alcançar com o lançamento deste livro e como você planeja continuar contribuindo para o entendimento das relações entre o Brasil e o Líbano no futuro?

 Agora é traduzi-lo em idioma árabe para que os  árabes conheceçam a história dos Brasilibaneses e a presença destes na sociedade libanesa e que estão em todos os  setores da sociedade, comércio, cultura, literatura, politica…, 

11. Como você vê a questão da representatividade dos brasilibaneses na mídia e na sociedade em geral?

 Sim, eles estao presents na sociedade e na Mídia. O que não veos na mídia são sobrenomes  brasileiros, Silva, Alves, Pereira…, visto que os brasileiros aqui tem sobrenomes árabes. Menciono no livro os empresarios, politicos… que estao sempre na mídia e são brasilibaneses.

12. Existem aspectos negativos da relação entre Brasil e Líbano que você aborda em seu livro?

 Sim, em uma sociedade nao sao sempre coisas boas. Menciono pessoas famílias que morreram durante os conflitos, o Líbano passou por 15 anos de Guerra civil (1975-1990) e brasilibaneses tiveram os mesmos sofrimentos dos libaneses….

13. Como você lida com críticas que sugerem que sua obra pode simplificar demais a complexidade das relações entre Brasil e Líbano?

 As criticas são sempre bem-vindas. A complexidade existe, mas não podemos focalizar somente nisto. Brasil e Líbano tem antes de tudo uma relação humana através da emigração e imigração. Os brasilibaneses no Libano e no Brasil , estao em todoas as aréas da sociedade dos dois países.

14. Como sua trajetória pessoal influenciou seu interesse pela história e cultura dos brasilibaneses?

 Pelo fato de eu viver aqui no Líbano, pelo fato de  ue viver  os 7  últimos anos da guerra civil no Líbano e estar sempre em contato com os brasilibaneses, comunidade que eu mesmo , pesquisador, faç parte com minha família.

15. Quais foram os maiores desafios que você enfrentou como pesquisador e escritor ao longo de sua carreira?

Para ser franco, nenhuma dificuldade relevante. 

16. Além deste livro, quais são seus planos futuros como autor e pesquisador?

A pesquisa continua  sempre. A história é um movimento passado, presemte e futu