Fernanda Marques, renomada modelo internacional de 33 anos, revela os desafios enfrentados ao iniciar sua carreira há duas décadas. A trajetória, marcada por obstáculos relacionados ao racismo, ilustra a persistência e determinação necessárias para alcançar o sucesso no competitivo mundo da moda.
O Caminho de Taguatinga a Londres: Desafios Iniciais e Superando Preconceitos
Marques, ao começar sua carreira, deparou-se com a escassez de modelos negras em posições proeminentes na indústria da moda. Apesar de figuras inspiradoras como Naomi Campbell e Tyra Banks, a realidade era árdua para Marques. “Demorou para eu conseguir trabalhos no Exterior e muitas vezes ouvi frases racistas nos sets. Só fui realmente valorizada na profissão quando saí do Brasil,” afirma.
Sonhos Além das Fronteiras: As Barreiras Iniciais e a Virada na Carreira
A aspiração de Fernanda em trabalhar no exterior confrontou as limitações impostas no início dos anos 2000, onde apenas modelos brancas conseguiam oportunidades em Paris, Milão e Japão. Marques destaca que sua pele foi considerada “muito escura para o Japão,” uma afirmação que a impulsionou a buscar reconhecimento em outros lugares. Sua verdadeira valorização ocorreu durante sua estadia na África do Sul, onde viveu por seis meses e encontrou a aceitação profissional que buscava.
Reviravolta na Europa: Grécia, Preconceito e Resiliência
Na Grécia, Marques enfrentou preconceitos e chegou a passar fome, sendo informada de que a cor de sua pele não combinava com seu rosto. A falta de oportunidades a levou de volta ao Brasil. Entretanto, sua determinação a levou a Miami e à Alemanha, onde a cor de sua pele não foi um impedimento para o sucesso profissional. Marques destaca a ausência de episódios racistas nesses locais como um contraste triste com sua experiência anterior.
Avaliação Atual e Perspectivas: O Combate ao Racismo Estrutural
Fernanda Marques reconhece que, embora o racismo na moda tenha diminuído ao longo dos anos, ainda persistem desafios em outros setores da sociedade. Ela destaca a sorte pessoal em meio às oportunidades e ressalta a disparidade salarial entre homens brancos e mulheres negras em diversos setores. O combate ao racismo estrutural no Brasil, segundo Marques, é uma batalha que demanda esforços contínuos.
A jornada de Fernanda Marques é um testemunho inspirador de superação e resiliência, destacando a importância de persistir diante das adversidades para alcançar o sucesso desejado.
