Coletiva Profanas Apresenta: “Cesária” – Um Espetáculo Teatral que Aborda Travestilidade, Vida e Morte

Coletiva Profanas Apresenta: “Cesária” – Um Espetáculo Teatral que Aborda Travestilidade, Vida e Morte

A Coletiva Profanas, sob a direção de Morgana Manfrim, está prestes a lançar uma peça teatral que promete instigar a reflexão sobre temas profundos e contemporâneos. Intitulada “Cesária”, a produção traz ao palco três personagens travestis, mergulhando nas complexidades da travestilidade, vida e morte. Abaixo, exploramos detalhadamente essa fascinante criação teatral.

Sobre a Peça “Cesária”

“Cesária”, uma obra dirigida e dramaturgicamente assinada por Morgana Manfrim, mestra e doutoranda em Artes Cênicas pela USP, traz à cena um enredo fragmentado que transcende a linearidade temporal. A história envolve o filho em busca de seu pai desaparecido, cartas do passado e do presente, e a presença marcante de Cesária, uma travesti grávida de um planeta.

A peça também aborda tempos de pandemia, como a crise de HIV/AIDS dos anos 1980 e a pandemia de COVID-19, embora de maneira não explícita. Essas referências ambientam a trama, criando um contexto temporal em camadas.

Explorando a Travestilidade e a Vida em Cena

Um dos aspectos centrais da peça é a discussão sobre a travestilidade. Morgana Manfrim, além de dirigir e escrever a peça, também atua no papel do filho, interpretando um “homem cisgênero”, apesar de ser travesti. Essa dualidade desafia o público a questionar e compreender a jornada de pessoas transicionadas em diferentes gerações. Morgana ressalta a necessidade de afirmar que a cisgeneridade não é inata, mas sim uma construção.

A trama também mergulha na relação entre morte e vida, utilizando uma estrutura narrativa que inverte a ordem convencional de nascer e morrer. Isso é representado pela figura de Cesária, a travesti grávida de um planeta, que simboliza a constante transformação e renovação da identidade.

O Cenário e a Abordagem Estética

O cenário de “Cesária” é uma obra de arte em si mesmo, misturando telas pintadas à mão em tinta acrílica pelo artista Max Ruan com telas digitais compostas por códigos binários. Essa combinação cria uma representação visual da transição de planos e tempos, destacando a coexistência de elementos como vida, morte, envelhecimento e identidade.

Sinopse e Elenco

A peça segue a jornada do filho em busca de seu pai desaparecido, enquanto a mãe planeja matá-lo e escreve cartas ao filho sobre o possível assassinato. Cesária, a travesti grávida, entra em cena entregando cartas atemporais do futuro. As referências às pandemias de HIV/AIDS e COVID-19 adicionam camadas de significado à narrativa.

O elenco é composto por AIVAN (Mãe), Morgana Olívia Manfrim (Filho), Nata da Sociedade (Cesária) e trilha sonora ao vivo pelo baterista Henrique Kehde.

Detalhes e Informações Práticas

A peça será apresentada de 1º a 10 de setembro de 2023, no Teatro Cacilda Becker, em São Paulo. A entrada é gratuita, com retirada de ingressos pelo Sympla. Além disso, haverá uma oficina de escritas fabulares autobiográficas e uma exposição intitulada “Travesti… Parir… Planeta”, que ocorrerá nos intervalos das sessões no foyer do teatro.

Conclusão

“Cesária” é mais do que uma peça teatral; é uma experiência profunda que explora questões de travestilidade, vida e morte, usando uma estrutura narrativa não convencional e um cenário artístico para enriquecer a experiência. Morgana Manfrim e a Coletiva Profanas oferecem ao público uma oportunidade única de reflexão e conexão com temas tão relevantes para o nosso tempo. Se você busca uma experiência teatral emocionante e provocadora, não deixe de conferir “Cesária”.

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