Observatório de Favelas inaugura exposição fotográfica no Museu de Arte do Rio 

Observatório de Favelas inaugura exposição fotográfica no Museu de Arte do Rio 

Mostra será lançada dia 22 e reúne 30 fotografias de  participantes da oficina “Fotografia de Arte, Obras e Exposições”. Entrada Franca

Rio de Janeiro – O Observatório de Favelas, através do Programa Imagens do Povo, inaugura nesta quinta, dia 22 de Setembro, às 14h, a Exposição “Dá Caminho: Imagens e vivências partilhadas”. Com curadoria de Jean Carlos Azuos, a mostra reúne 30 fotografias de 15 participantes da Oficina “Fotografia de Arte, Obras e Exposições”, ministrada pelo fotógrafo e artista Wilton Montenegro. A exposição seguirá aberta ao público por um mês – até 23/10 – nas áreas comuns do Museu de Arte do Rio (MAR), localizado na Praça Mauá, Centro do Rio.

Das atividades no curso à curadoria das imagens, Jean Carlos Azuos revela que vários caminhos foram abertos a partir das diversas etapas desde o processo de formação até a elaboração da mostra:

O próprio curso, os encontros, as referências e o próprio gesto de revisitar as obras e acervos pessoais, foram espécies de caminhos. O curso com Wilton Montenegro, através do Imagens do Povo, também foi um dispositivo para “dar caminho” a essas pessoas fotógrafas e artistas. Bem como estar com uma exposição presente no Museu de Arte do Rio.” – explica o curador.

Jean diz também que a simbologia das divindades foi levada em conta na hora de dar significado à mostra “A partir da perspectiva do divino, pensamos também em usar a simbologia de Exú, ao propor novos caminhos através dessas imagens, no curso, que se desdobra na exposição, no olhar para o acervo e etc.

A exposição DÁ CAMINHO: imagens e vivências partilhadas é apresentada pelo Ministério do Turismo. Tem patrocínio da IBM, Instituto Cultural Vale, Itaú Unibanco ,Cyrela, Colgate, MR Mineração e Smart Fit, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.  Apoio Institucional: Itaú Cultural. Realização: Museu de Arte do Rio, Observatório das Favelas, Secretaria Especial de Cultura, Ministério do Turismo.

Sobre o Museu de Arte do Rio
Inaugurado em 1º de março de 2013, o Museu de Arte do Rio, MAR, promove uma leitura transversal da história da cidade, seu tecido social, sua vida simbólica, conflitos, contradições, desafios e expectativas sociais. Suas exposições unem dimensões históricas e contemporâneas da arte por meio de mostras de longa e curta duração, de âmbito local e nacional. O museu surge também com a missão de inscrever a arte no ensino público, por meio de sua Escola do Olhar.

Sobre o Programa Imagens do Povo
O Imagens do Povo é um programa de documentação e pesquisa do cotidiano das periferias; e de formação e inserção de fotógrafos populares no mercado de trabalho. Fundado em 2004 pelo Observatório de Favelas em parceria com o fotógrafo documentarista João Roberto Ripper, o programa alia a técnica fotográfica à promoção de direitos e à democratização da comunicação. O objetivo central do Imagens do Povo é criar novas representações sobre os espaços populares contribuindo para desconstruir os estigmas relacionados a estes territórios.

Sobre o Observatório de Favelas
O Observatório de Favelas, criado em 2001, é uma organização da sociedade civil sediada no Conjunto de Favelas da Maré, com atuação nacional. Dedica-se à produção de conhecimento e metodologias visando incidir em políticas públicas sobre as favelas e promover o direito à cidade. Fundado por pesquisadores e profissionais oriundos de espaços populares, tem como missão construir experiências que contribuam para a superação das desigualdades e o fortalecimento da democracia a partir da afirmação das favelas e periferias como territórios de potências e direitos. Atualmente,  desenvolve programas e projetos em cinco áreas: Arte e Território, Comunicação, Direito à Vida e Segurança Pública, Educação e Políticas Urbanas.

Serviço

Lançamento da exposição DÁ CAMINHO: imagens e vivências partilhadas’

Data: 22 de setembro, às 14h.

Museu de Arte do Rio – MAR

Praça Mauá, 5 – Centro, Rio de Janeiro – RJ 

A exposição ficará aberta à visitação no pilotis, área comum e aberta do Museu de Arte do Rio (MAR), até o dia 23 de outubro.

Entrada Franca

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MAM São Paulo inaugura 38º Panorama da Arte Brasileira
Ele se chama Bilibeu. Ou Santo Bilibeu, ou ainda Bilibreu. Esculpido em madeira e retinto como o breu, o santo é festejado todos os anos, na Baixada Maranhense, entre as cidades de Viana, Matinha e Penalva. As pessoas que o cultuam foram por décadas chamadas de ‘caboclos’ e apontadas pejorativemente como ‘os índios’. Foi em novembro 2014 que “os índios” passaram a reivindicar perante o Estado e a sociedade envolvente uma identidade indígena específica (não mais genérica). Os Akroá Gamella sempre esteveram ali, demarcando suas terras com os pés, como eles mesmo dizem, e utlizando os recursos naturais, sob regras específicas, com o intuito de preservar a natureza e manter a sua subsistência físisca e simblólica. Foi em segredo mantiveram vivos Entidades que sobreviveram à censura identitária e ao racismo. Bilibeu foi um deles, o mais conhecido de todo os Encantados locais. São Bilibeu perseverou ao silenciamento e permaneceu preservado publicamente porque ficou mimetizado dentro das comemorações do carnaval. Nesse período em que “tudo pode”, Bilibeu pode existir e sair às ruas num festejo que dura 4 dias, no qual dezenas de crianças e adultos pintados de carvão, marcham durante dez ou doze horas, incorporando os ‘cachorros de Bilibeu’ que, de casa em casa, de aldeia em aldeia, caçam. A matilha de cachorros e cachorras, sob orientação de um chefe, o ‘gato maracajá’, caçam comida e bebida para oferecer ao santo que em um determinando momento do ritual morre, é enterrado, sob o choro de mulheres, e renasce na manhã seguinte para continuar dando fartura e fertilidade ao povo Akroá Gamella. Se antes, era celebrado no carnaval, hoje o povo Akroá Gamella, escolheu outra data para o ritual. O dia 30 de abril é, desde de 2019, a data em que Bilibeu é cultuado. Bilibeu definitivamente não é uma festa, é um rito. Um rito que agora marca um evento de muita dor, tristeza e revolta. Pois foi nesse dia, no ano de 2017, que