Graffiti na Terceira Idade: Um Tributo a Rita Lee
Envelhecer é uma dádiva, uma jornada que merece ser celebrada e valorizada. E, para desafiar os estereótipos que cercam a terceira idade, o projeto “Graffiti não tem idade” surgiu como um raio de criatividade e empoderamento. Liderado pelo casal de artistas Léo Shun e Lorena Crist, este projeto inovador coloca os idosos no centro do vibrante mundo do graffiti, provando que a arte urbana não conhece limites de idade.
No coração do cenário pitoresco de Petrópolis, no Sesc Nogueira, uma homenagem singular se desenrolou, unindo duas formas de expressão igualmente cativantes: o graffiti e a icônica cantora Rita Lee. Os idosos, conhecidos como “60+”, mergulharam de cabeça na produção de uma obra de arte urbana. Guiados com entusiasmo pelos grafiteiros Léo Shun e Lorena Crist, esse grupo animado não apenas quebrou as barreiras da idade, mas também pintou um retrato deslumbrante de Rita Lee, uma artista que é uma verdadeira lenda entre o público da terceira idade.
O mural destaca o rosto de Rita Lee, adornado com uma citação de uma de suas canções mais marcantes: “Enquanto o tempo vai passando, eu fico loucamente séria”. Além disso, um relógio ao fundo dá um toque de irreverência, lembrando a todos que o tempo é uma constante, mas a vida deve ser vivida com paixão, independentemente da idade.
Ao entrevistar Léo Shun, ele explicou que tanto o graffiti quanto Rita Lee compartilham traços de atitude e irreverência. Ambos surgiram como formas de resistência, enfrentando marginalização, preconceitos e críticas severas. A arte do graffiti e a carreira de Rita Lee desafiaram os padrões estabelecidos, e essa ousadia comum une essas duas formas de expressão de maneira única.
O graffiti não é apenas uma forma de expressão artística; também é uma ferramenta para a saúde física e emocional dos idosos. Durante o processo de criação, os participantes se envolvem em atividades físicas, como se agachar, levantar, esticar os braços e caminhar enquanto pintam o mural. Essa movimentação ajuda a manter a mobilidade corporal e promove o bem-estar físico.
Lorena Crist, grafiteira e idealizadora do projeto, destacou que o graffiti também oferece benefícios emocionais, como senso de utilidade e socialização. A atividade com graffiti permite que os idosos se divirtam, se exercitem e se sintam parte de algo maior, tudo sob a orientação de artistas profissionais.
O projeto “Graffiti não tem idade” não é o único empreendimento do casal de artistas que combina arte e saúde. Eles têm outros projetos, como o “Graffiti contra o narcisismo,” que apoia meninas e mulheres vítimas de violência narcísica, e “Graffiti pela sustentabilidade,” que promove a conscientização ambiental. Cada projeto busca utilizar a arte como uma ferramenta de empoderamento e cura.
A união do graffiti e da figura icônica de Rita Lee é uma mensagem clara contra o etarismo, o preconceito baseado na idade. Idosos muitas vezes são estigmatizados e vistos como limitados, mas este projeto dá voz e protagonismo a esse grupo vital da sociedade.
A frase escolhida para adornar o mural – “Enquanto o tempo vai passando, eu fico loucamente séria” – é um lembrete poderoso de que a idade não deve limitar nossos sonhos e paixões. O mural está em exibição no Sesc Nogueira, convidando todos a apreciar não apenas a arte urbana, mas também a natureza deslumbrante que cerca o local.
Este tributo a Rita Lee e a celebração do graffiti na terceira idade é mais do que uma simples expressão artística; é uma declaração de que a criatividade e a paixão não têm idade. A arte é para todos, e a vida é para ser vivida plenamente, independentemente dos anos que acumulamos.
Um legado de ousadia e atitude
Rita Lee e o graffiti estão unidos na luta contra o etarismo, desafiando estereótipos e inspirando pessoas de todas as idades a se expressar, a se movimentar e a celebrar a vida. Neste mural, a arte se torna um veículo para a inclusão e o empoderamento, provando que, assim como o graffiti, as histórias de Rita Lee e dos idosos são marcadas por ousadia e atitude. Este projeto é uma celebração da vida e um tributo a todos que se atrevem a ser ousados, independentemente da idade.
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