Lançamento do Livro “Museologia Comunitária LGBTQIA+ e Outros Ensaios Queer Interseccionais” Celebra 10 Anos de Avanços na Museologia Brasileira
O Museu da Diversidade Sexual (MDS) está prestes a lançar um trabalho literário que marca uma década de conquistas no campo da museologia no Brasil. Intitulado “Museologia Comunitária LGBTQIA+ e Outros Ensaios Queer Interseccionais,” o livro é uma colaboração entre o MDS e os autores Jean Baptista e Tony Boita. Este lançamento exclusivo está programado como parte das celebrações da Primavera dos Museus.
No próximo dia 20, o Museu da Diversidade Sexual, uma instituição vinculada à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo, realizará um pré-lançamento dessa obra inspiradora. O evento coincidirá com o seminário acadêmico “Lugares de Memória LGBTQIAPN+,” uma parceria entre o MDS e o Museu do Ipiranga.
O livro, organizado por Jean Baptista e Tony Boita, é uma compilação de dez artigos que refletem uma década de envolvimento no projeto Memórias LGBTQIA+. Para o público em geral, o lançamento oficial está marcado para a sexta-feira, dia 22, com uma transmissão ao vivo no canal oficial do museu no YouTube. Esse evento especial faz parte das atividades da 17ª edição da Primavera dos Museus.
Esta publicação é o resultado de um projeto concebido em 2010 e formalizado em 2013, quando os organizadores, Jean Baptista e Tony Boita, iniciaram sua jornada juntos, casaram-se e começaram a construir sua família. Nesse período, eles também moldaram o projeto Memórias LGBTQIA+. A coletânea analisa a evolução da Museologia LGBTQIA+ no Brasil, destacando sua transformação de uma abordagem técnica para uma Museologia Comunitária.
Os autores estão comprometidos com questões que envolvem gênero, sexualidade, raça, classe e geografia. Eles propõem uma abordagem que destaca a diversidade do nosso país. O livro mergulha na história dos primeiros dez anos da Museologia LGBTQIA+ no Brasil, oferecendo uma visão abrangente do desenvolvimento desse conceito, desde suas origens até seu estado atual.
Tony Boita e Jean Baptista, autores do livro, expressam seu desejo: “Desejamos que este livro inspire os próximos dez anos da Museologia brasileira, seus projetos, profissionais, questões e frentes que combatam e erradiquem, de uma vez por todas, a LGBTQIAfobia, especialmente quando associada ao racismo, classismo, capacitismo e cisnormatividade.”
Uma Década de Compromisso e Reflexão
O projeto Memórias LGBTQIA+ celebra uma década de existência, durante a qual não apenas promoveu exposições memoráveis, mas também contribuiu com uma valiosa bibliografia. O livro é o resultado de uma cuidadosa seleção de textos que melhor representam essa jornada rumo à sua construção.
A trajetória do projeto inclui a fundação da Rede LGBTQIA+ de Memória e Museologia Social em 2012, que abriu espaço para que outras pessoas LGBTQIA+ no campo da Museologia pudessem compartilhar suas perspectivas e experiências. A criação da Revista Memória LGBTQIA+ e do Seminário Museus, Memória e Museologia LGBTQIA+ são exemplos de iniciativas que desempenharam papéis fundamentais na disseminação do conhecimento sobre Museologia LGBTQIA+ no Brasil.
Repercussão e Potencial Impacto
Este livro não se limita à discussão da Museologia LGBTQIA+; ele também dialoga com o campo museológico como um todo. Questiona as narrativas tradicionais produzidas por pessoas cis, brancas e de classe alta, ressaltando a importância das epistemologias LGBTQIA+ periféricas.
Leonardo Vieira, membro do Núcleo de Museologia e Acervo do MDS, enfatiza a relevância da obra: “Consideramos que este tipo de colaboração em projetos externos ao Museu, quando alinhado à sua missão, visão e valores, bem como aos seus objetivos estratégicos, é também uma responsabilidade, uma vez que somos uma instituição pública com fortes ligações com os movimentos sociais LGBTQIAP+.”
Com o lançamento deste livro, o Museu da Diversidade Sexual reforça seu compromisso de ser um espaço inclusivo e acolhedor para todas as vozes da comunidade. Essa publicação representa a segunda edição editorial do MDS em 2023, consolidando ainda mais seu papel como um local de destaque para a discussão da Museologia LGBTQIA+ e o envolvimento em questões de relevância nacional.
Sobre o MDS
O Museu da Diversidade Sexual (MDS) é uma instituição do Governo do Estado de São Paulo ligada à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas, sendo o primeiro equipamento cultural da América Latina dedicado à Memória e Estudos da Diversidade Sexual.
Este museu é dedicado à preservação da memória, à arte, à cultura, ao acolhimento, à valorização da vida, à promoção de pesquisas envolvendo a comunidade LGBTQIAPN+ (abrangendo a diversidade de siglas que compõem hoje o MDS) e ao reconhecimento dessa comunidade pela sociedade brasileira. Trata-se de um museu que nasceu e cresceu em diálogo constante com os movimentos sociais LGBTQIAPN+, com o objetivo de discutir a diversidade sexual e promover a dignidade humana e os direitos, atuando como um agente cultural em prol da transformação social.
Atualmente, o MDS passa por uma expansão de sua sede na estação República do metrô, em São Paulo. Essa ampliação proporcionará uma infraestrutura ainda melhor para abrigar exposições, mostras e outras atividades educacionais do museu, ampliando seu alcance junto ao público.
Sobre o Instituto Odeon
O Museu da Diversidade Sexual é atualmente gerido pelo Instituto Odeon, uma organização social com a missão de promover a gestão e produção cultural e artística de excelência, em diálogo com a educação, agregando valor público à sociedade. O Instituto Odeon existe para trazer mais cultura para as cidades e mais arte para as pessoas, trabalhando para transformar a percepção do público sobre museus e eventos culturais, contribuindo para um país que valoriza a expressão artística, amplia o acesso à cultura produzida e preserva seu legado cultural.
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