No cenário atual, onde a luta por igualdade e respeito é mais relevante do que nunca, o poeta e escritor Teofilo Tostes Daniel traz à tona uma discussão essencial por meio de seu livro recém-lançado intitulado “O poeta toma a pólis”, publicado pela Editora Patuá. Nessa obra impactante, Tostes denuncia veementemente o uso da religião como um disfarce para disseminar discursos de ódio, especialmente contra a comunidade LGBTQIA+. Em um momento onde a voz do amor e da inclusão clama por destaque, os versos de Tostes emergem como um farol, iluminando a escuridão do preconceito e da intolerância.

A Justiça e a Luta Contra a Discriminação

A batalha contra a discriminação e o ódio encontra seu marco quando, em 10 de julho, a Justiça ordena a remoção de um vídeo nas redes sociais, onde um pastor de renome nacional proferiu conteúdo discriminatório e incitou violência física contra a população LGBTQIA+. Nessa decisão, a Justiça deixou claro que a liberdade religiosa e de expressão não podem servir como cortina para a disseminação do discurso de ódio. Essa medida representa um passo significativo para assegurar que todas as vozes sejam respeitadas e protegidas.

Poemas que Rompem Barreiras

O livro “O poeta toma a pólis” mergulha profundamente nas complexidades do uso da religião como uma ferramenta para incitar o ódio. No poema impactante intitulado “Se eu acreditasse num deus”, Teofilo Tostes Daniel expressa sua descrença em um Deus que é incapaz de abraçar a diversidade humana. Ele desafia as noções convencionais e aponta para a hipocrisia daqueles que usam a religião para justificar a intolerância. O autor destaca que, se fosse para acreditar, sua divindade seria permeada por um amor incondicional, em contraste com os deuses restritos em que muitos depositam sua fé.

A Reflexão sobre a Fé e a Ignomínia

O tema do uso da crença como justificação para a ignorância é explorado em profundidade nas páginas de “O poeta toma a pólis”. Em poemas como “Inverdades não digo”, Tostes Daniel denuncia a crueldade cometida em nome da fé cega e ressalta que o oposto do sagrado não é o profano, mas sim a ignomínia. Em um dos momentos mais poderosos do livro, o poeta faz uma oração à incerteza, pedindo aos deuses e deusas de todas as crenças que iluminem suas dúvidas e questionamentos.

Amor, Diversidade e Resistência

O cerne do livro reside na celebração do amor em todas as suas formas, uma afirmação de que a diversidade humana é digna de respeito e aceitação. Teofilo Tostes Daniel se solidariza com a comunidade LGBTQIA+ e se opõe veementemente ao discurso dogmático que semeia a condenação. No poema de abertura, “É urgente espalhar amor”, o autor denuncia a inversão de valores onde o amor é visto como escândalo enquanto o ódio é aplaudido. A poesia se revela como um meio de resistência e testemunho, desafiando as normas sociais que perpetuam a intolerância.

A Relevância da Poesia em Tempos Desafiadores

Em um mundo marcado por desafios e incertezas, especialmente após os impactos catastróficos de uma pandemia global, a poesia ainda possui um papel vital. “O poeta toma a pólis” responde a essa pergunta central, ao erguer a poesia como um refúgio de resistência e uma fonte essencial para sonhar com um mundo que celebra a diversidade humana. A obra de Teofilo Tostes Daniel nos lembra que, mesmo nas situações mais sombrias, a poesia tem o poder de inspirar, questionar e iluminar caminhos para a mudança.

O Autor e sua Contribuição

Teofilo Tostes Daniel, autor de “O poeta toma a pólis”, é uma voz importante na literatura contemporânea. Com diversas obras publicadas, ele aborda temas cruciais por meio de seus versos e palavras. Tostes é uma presença influente não apenas na literatura, mas também na comunicação social, como analista do Ministério Público Federal. Seus ensaios abertos e reflexões estão disponíveis em seu site pessoal, teofilotostes.wordpress.com.

Conclusão

“O poeta toma a pólis” é muito mais do que um livro de poemas; é uma poderosa denúncia contra o uso da religião para disseminar discursos de ódio. Teofilo Tostes Daniel nos guia por uma jornada poética que desafia as normas estabelecidas e nos lembra da importância de espalhar amor e celebrar a diversidade. Em um momento em que a voz da igualdade é mais necessária do que nunca, essa obra brilha como um farol, inspirando-nos a questionar, resistir e transformar.