Explorando a Infância e a Imaginação: O Universo Mágico no Clipe “Monte Olimpo” de Douglas Mam

No cenário musical contemporâneo, onde a criatividade e a busca por novas formas de expressão são constantes, o cantor e compositor Douglas Mam emerge com um lançamento que transcende os limites da realidade. No dia 25 de agosto, Mam apresenta o tão aguardado clipe de “Monte Olimpo”, uma faixa que não apenas inaugura seu álbum “Cine Solidão”, lançado no mês de julho, mas também tece uma narrativa visual que cativa e transporta os espectadores para um mundo de sonhos e imaginação.
O álbum “Cine Solidão” é uma intersecção entre as memórias pessoais do artista e os marcos cinematográficos que povoaram as telas ao longo das décadas. Dividido em três atos que correspondem aos estágios da vida – infância, vida adulta e maturidade – o álbum busca criar ambiências sonoras que ecoem as complexas jornadas temporais de cada um. E é precisamente no início desse jornada que encontramos “Monte Olimpo”, uma composição que não apenas introduz o álbum, mas também transporta os ouvintes de volta à época da infância, repleta de sonhos e ilusões.
Douglas Mam, por sua vez, propõe uma interpretação única da infância. Ele explora a maneira pela qual as mentes jovens idealizam o mundo ao seu redor, projetando em figuras admiradas características sobre-humanas e onipotentes. Essa idealização, de acordo com Mam, serve como uma ferramenta para construir uma personalidade sólida e segura. Ele observa: “Percebo que, algumas vezes, a criança prefere dar a sua própria interpretação para situações difíceis. A idealização nesta fase da vida pode ser, na verdade, uma forma de reinvenção da própria história. Monte Olimpo é sobre isso. São as projeções que cada criança faz e são os Deuses que ela cria para si e para sua própria história.”
O clipe de “Monte Olimpo” é uma obra de arte visualmente intrigante, assinada pela direção criativa de Luis Henri França e o roteiro colaborativo de França e Gustavo San. Eles mergulham o espectador em um mundo idílico por meio de uma mescla de imagens fantásticas, oníricas e trechos de filmes icônicos, como “O Auto da Compadecida” de Guel Arraes, “Oktober” de Sergei Esenstein e “Paisà” de Roberto Rossellini. O clipe se assemelha a lampejos de memórias, capturando a essência do sonhar ilimitado tão característico da infância.
Chicó, um dos memoráveis protagonistas de “O Auto da Compadecida”, ganha vida nas palavras de Mam e na atmosfera do clipe. Para o artista, Chicó encarna a habilidade de manter viva a perspectiva infantil, repleta de fantasias e esperanças, mesmo na vida adulta. É por isso que “Monte Olimpo” é dedicado a esse personagem tão querido e ao seu criador, Ariano Suassuna. Mam vê em Chicó e Suassuna exemplos de indivíduos que mantiveram o olhar infantil e imaginativo, mesmo ao enfrentar as complexidades do mundo adulto.
A produção do clipe é uma colaboração criativa, encabeçada por Luis Henri França na direção e Gustavo San na concepção do roteiro. A edição e os movimentos são habilmente trabalhados por Luís Henri França, que tece as imagens de arquivo cuidadosamente selecionadas, como trechos de “O Auto da Compadecida”, “Oktober”, “Orphans of the Storm”, “Paisà” e outros filmes, em uma narrativa coesa que ecoa a essência do sonho e da imaginação. A trilha sonora é igualmente cativante, com a voz distintiva de Douglas Mam, acompanhada por músicos talentosos como Rodrigo Cambará, Lucas Gonçalves, Victor José, João Rocchetti e participações especiais de Jonavo e Nina Gottardi Viana.
A jornada musical e visual de “Monte Olimpo” é amplificada pela produção meticulosa, com os toques finais de mixagem e masterização realizados por Filipe Consollini. A visão artística de Mam é complementada pela arte da capa criada por Vito Ceccon, e a divulgação é apoiada pela experiente Nany Gottardi da Locomotiva Cultural, juntamente com a estratégia de mídia social sob a liderança de Lívia Mendes.
“Monte Olimpo” é mais do que apenas um clipe e uma faixa musical. É uma jornada imersiva que nos lembra da magia que reside na mente das crianças, onde os sonhos são ilimitados e a imaginação é soberana. Douglas Mam, por meio dessa obra, nos convida a reviver esse estado de maravilhamento e a celebrar a habilidade de manter uma perspectiva infantil, mesmo à medida que avançamos na vida. Assim, ele presta homenagem não apenas a um personagem fictício, mas a todos os que mantêm viva a chama da imaginação dentro de si.