Jéssica Américo inicia a série de shows “Memórias Compartilhadas” na Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte de São Paulo

Jéssica Américo inicia a série de shows “Memórias Compartilhadas” na Vila Nova Cachoeirinha, Zona Norte de São Paulo


O Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, apresenta o “Projeto Memórias Compartilhadas”. As primeiras datas serão em dois domingos seguidos – dia 04 e 11/06, às 14h,  no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, Av. Dep. Emílio Carlos, 3641 – Vila dos Andrades.
O ingresso é grátis e pode ser retirado no local. 


Os repertórios de ambos os shows são, em sua maioria, compostos por músicas autorais, tais como as que estão neste link e à disposição para assistir ou baixar.
Nome da música –“Canta” – de Carol Nascimento

https://drive.google.com/file/d/1KW5CLp9R9fN_46dAa6OUH95jm24NAyLF/view?usp=drivesdk

Nome da música – Entre o Ayê e Orun, de Maíra da Rosa
https://drive.google.com/file/d/1MzStIOr- doPThk_EdIZl6EfLbnrXkyn_/view?usp=drivesdk

O samba também forma os escolhidos

Uma das frases de impacto atribuídas ao físico Albert Einstein é “Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos”.  Para o cientista, fazer ou não fazer algo só dependeria da determinação. Para Jéssica Américo, cantora da nova safra do Samba paulistano, essa máxima tem sido praticada em modo turbo. 

DNA preto

Tudo começou com um trabalho social iniciado na Comunidade de Samba da Vila Industrial, imediações de Sapopemba. “Um dia me deram um microfone pra cantar e eu nunca mais parei!”, relembra Jéssica.  Sua voz e seu talento a levaram a tantas outras rodas de samba e a aproximaram de sambistas de renome como Serginho Madureira e  Monarco, dentre outros. Estudar o DNA da Cultura Negra dentro do samba, o legado de mulheres pioneiras nesse contexto, como Dona Ivone Lara, por exemplo, a ligação com o candomblé e o samba em exaltação aos orixás, são alguns dos primeiros passos já muito bem percorridos pela cantora. 

Como a artista bem observa, “a cultura negra é oral, propagada ancestralmente por meio de narrativas domésticas. A música só entoa os relatos”. Tanto que a obra de Ivone Lara, uma das pioneiras no empoderamento feminino no samba, considerada a compositora no estilo,  mais gravada e cantada nas rodas pelo país afora, é sua inspiração e sempre presente no repertório. 

Brado feminino 

O primeiro convite dirigido a Jéssica para cantar fora da comunidade veio de uma mulher, a cantora Graça Braga, dona do Bar “Você vai se quiser”, na Praça Roosevelt, Centro de São Paulo. 

As rodas de samba, segundo explica Jéssica,  ainda são ambientes predominantemente masculinos, mas as mulheres do samba não deixam por menos. Meio que sem um propósito direcionado, entretanto, o repertório de Jéssica começou a ser encadeado com temáticas femininas, com temas de amor, mas também, letras que fazem referência à luta, ao brado da mulher negra. 

No berço

Nascida e criada na Cidade Tiradentes, zona Leste da Capital Paulista, foi “amamentada” nas rodas de samba promovidas pelos vizinhos, muitas delas realizadas no quintal de sua avó. Os pais chegaram a fundar uma escola de samba, mas Jéssica, no começo, nem sonhava que seria uma voz em meio à ginga do ritmo, autêntico patrimônio da cultura preta. 

Ela se imaginava em atividades outras. Duas vezes teve de interromper a faculdade, por causa da perda do pai, e depois, a doença de sua mãe.  Com a morte do pai, em 2012, Jéssica pôs-se a “cantar para vencer a melancolia”, como ela mesma relata. “Daí fui estudar música, por causa desse chamado.”

No decorrer de cada experiência vivida, Jéssica Américo viu que podia desenvolver projetos, como “Samba para os Orixás” e “Memórias compartilhadas”. No escopo desses trabalhos, além das memórias, estão músicas inéditas de compositores ainda desconhecidos. A surpresa reside justamente na qualidade e na autenticidade dessas autorias. 

Anote esses nomes

Edu Batata – Suas letras têm sempre as perspectivas da mulher, a força do feminino negro. 

Fernando Procópio – Compositor é integrante do grupo Pegada de Gorila, do Rio de Janeiro.

Leandro Matos – Paulista de Santo André, tem músicas de amor.

Samba de Dandara – coletivo feminino, cujo trabalho é de realizar a música preta, de expressão da mulher negra e por meio do samba, que é um ambiente ainda muito fechado para a participação das mulheres. 

Maíra da Rosa, Laís Oliveira, Roberta Oliveira e a  Nascimento, compositoras que gravitam também no repertório da cantora. 

Serviço
Datas – 04 e 11/06
Horário –  às 14h,
Local – Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso, Av. Dep. Emílio Carlos, 3641 – Vila dos Andrades.
Ingressos – grátis e podem ser retirados no local. 

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