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<strong><em>ZUM</em></strong><strong> #23 apresenta nova cara do feminismo com trabalhos de Val Souza, Gretta Sarfaty, Justine Kurland e Arquivo </strong>

ZUM #23 apresenta nova cara do feminismo com trabalhos de Val Souza, Gretta Sarfaty, Justine Kurland e Arquivo 

da Memória Trans, além de ensaio inédito de Maxwell Alexandre

Já nas livrarias, nova edição da revista de fotografia do IMS traz ainda série fotográfica da entidade amazônica Uýra, um texto da escritora Cidinha da Silva sobre as imagens do cineasta Affonso Uchôa e do artista Desali, ensaio da fotógrafa mexicana Lourdes Grobet e carta de Patrícia Mourão de Andrade em homenagem ao cineasta Andrea Tonacci.

A 23ª edição da ZUM, revista de fotografia do Instituto Moreira Salles, já está à venda nas livrarias, abordando em seus ensaios visuais e textuais a atual fragmentação da realidade e buscando novas perspectivas e vivências não hegemônicas. Nesse sentido, as várias formas de feminismo vêm representadas logo na capa, na abertura e em ensaio da artista paulistana Val Souza

Contemplada pela Bolsa de Fotografia ZUM/IMS, Souza exibe em primeira mão o painel Vênus (2022), uma enorme colagem de autorretratos e imagens de revistas que subvertem a noção clássica de beleza evocada pela deusa grega. Aqui, corpos femininos negros em seus mais diferentes contornos são exaltados e ganham destaque. 

“Nesta iconologia de afetos, Souza mostra que a Vênus negra não é um ícone anódino e estanque de um passado distante, mas uma força difusa e revolucionária que une mulheres de qualquer tempo, certas de que sua beleza é esculpida com a coragem de enfrentar a opressão e encarar o próprio prazer”, escreve o editor da ZUM Thyago Nogueira no texto que acompanha o trabalho.

Ainda na abordagem plural do feminismo, a edição traz texto da curadora Ana Maria Maia sobre o trabalho de Gretta Sarfaty, artista pioneira na contracultura dos anos 1970, que distorce o próprio corpo para subverter a imagem “bela, recatada e do lar” exigida socialmente das mulheres. 

No texto-manifesto em que apresenta seu ensaio visual, a artista norte-americana Justine Kurland ataca: “Eu, Justine Kurland, sou escória. Cresço nos dejetos estagnados da sua fotografia autocongratulatória”. Em suas colagens, Kurland usa recortes de livros do cânone da fotografia para escancarar o machismo e a misoginia enxertados na cultura e, consequentemente, na mentalidade do poder estabelecido.

Finalmente, o Arquivo da Memória Trans Argentina reúne fotografias, relatos e outros documentos para contar a história de mulheres trans, silenciadas, perseguidas e mortas durante a ditadura. Para a escritora Amara Moira, o arquivo oferece um modelo de ativismo e de celebração da vida.

Outras formas de participação social e comunitária ganham foco na edição. É o caso do ensaio pictórico de Maxwell Alexandre, feito a convite da ZUM, com texto de Nathalia Grilo. Na obra, que estampa também o pôster da edição – exclusivo para assinantes -, o artista emoldura a possibilidade de um lugar negro no mundo da arte. Parte da série Novo poder (2021), o trabalho celebra a presença dos corpos pretos nas instituições de prestígio ao mesmo tempo em que recusa o lugar comum da figuração.

Cidinha da Silva escreve sobre sua infância e juventude em Contagem, cidade periférica da grande Belo Horizonte, acompanhando as fotografias do bairro Nacional feitas pelo cineasta Affonso Uchôa e pelo artista Desali, ambos nascidos ali. Como a escritora define, são as imagens de uma periferia do Brasil por sua própria voz.

O universo popular da luta livre mexicana vem representado pelo trabalho de décadas da fotógrafa Lourdes Grobet, falecida em 2022 aos 81 anos. A escritora Beatriz Novaro presta uma homenagem à fotógrafa, refletindo sobre como sua obra nos ensina a olhar para os outros sem preconceitos.

Encerrando a edição, a pesquisadora Patrícia Mourão de Andrade escreve uma carta póstuma ao cineasta italiano radicado no Brasil Andrea Tonacci, morto em 2016. Além de ser um dos principais nomes do Cinema Marginal nos anos 1970, Tonacci dedicou a maior parte da vida e da carreira à luta indígena. Na matéria, entre as imagens dos principais filmes de Tonacci, Mourão relembra a vida e a obra do diretor, refletindo sobre a ética e a política do cinema.

ZUM #23
184 páginas
R$ 57,50

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